Laudicéia Lourenço de Araújo
Fonte: Pegada, Presidente Prudente, v. 16, n. 2, p. 293-306, dez. 2015.
Resumo: Este trabalho visa contribuir para a discussão e reflexões sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho formal. Essa evidenciação também é responsável por trazer para as mulheres maior grau de precarização no exercício de sua atividade laboral. Posto isto, temos por objetivo buscar a relação existente entre a territorialização da terceirização e as novas formas de introdução das mulheres no emprego formal. Para tanto, adotamos como metodologia, a pesquisa bibliográfica, em livros e artigos que abordam as mudanças advindas com o processo de flexibilização do trabalho no limiar do século XXI e o estudo sobre as relações de gênero no mundo do trabalho, no intuito de buscar uma explicação para a subordinação das mulheres.
Sumário: Introdução | As mulheres no mercado de trabalho formal e suas conquistas | Considerações finais | Referências
Introdução
Este artigo pretende realizar uma análise da questão de gênero no contexto do trabalho diante das novas formas de inserção das mulheres no mercado de trabalho formal, em especial, nas empresas terceiras que se territorializam no espaço geográfico. A década de 1990 no Brasil foi marcada pela combinação de três grandes processos (neoliberalismo, reestruturação produtiva e globalização), os quais proporcionam no território mudanças significativas no processo de apropriação dos recursos naturais e sociais.
Nesse contexto, primeiramente, realizaremos uma breve descrição do processo de trabalho na produção do espaço geográfico. Mulheres e homens participam igualmente dessa produção e consequentemente da criação dos diversos territórios. É por meio do trabalho que a classe trabalhadora e o capital controlam e regulam as relações materiais entre o convívio social e a Natureza, uma atuação permeada pela troca simultânea. Ao se apropriar da natureza para garantir sua sobrevivência, o Homem transforma a si mesmo.
É preciso enfatizar que a territorialização se realiza no momento de apropriação social de um fragmento do espaço (território). Essa apropriação parte das relações sociais permeadas pelo poder presente nas regras e normas, nas condições naturais que o meio ambiente oferece, por meio do trabalho em suas múltiplas formas de atuação, na utilização de técnicas, na comunicação, nos conflitos, nas diferenças historicamente determinadas pela Sociedade.
Diante dessa conjuntura, pensar nas mudanças ocorridas no território por meio do trabalho e na terceirização como porta de entrada para as mulheres no mercado de trabalho formal, ao realizarmos reflexões acerca do trabalho destinado às mulheres de maneira geral, observamos que a inserção feminina nesse mercado de terceirização vem aumentando.
Desta feita, a entrada das mulheres nas empresas terceiras proporciona a sua emancipação social e também acentua a precarização de sua atividade laboral, sendo a terceirização compreendida como o principal mecanismo de contratação de trabalhadoras e trabalhadores na atualidade, sustentada pela crescente flexibilidade do trabalho, evidenciado pela multiplicação de empresas terceiras no início do século XXI.
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Laudicéia Lourenço de Araújo é aluna do Curso de Geografia bacharel na UFG – Regional Catalão; mestranda em Geografia junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG – Regional Catalão. Membro dos Grupos de Pesquisa Geografia, educação, espaço urbano em ação (GEEUAÇÃO/UFG-RC) e do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Gênero, Cultura e Trabalho (Dialogus/UFG-RC).