MPT entra com ação contra Banco do Brasil por assédio moral em cobrança de metas

O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Piauí informou que entrou com ação civil pública contra o Banco do Brasil, por dano moral coletivo, no valor de R$ 10 milhões. Segundo o MPT, o motivo é o assédio moral sofrido por funcionários no estado para obtenção de metas. “A principal forma de pressão é por mensagens SMS em aparelhos celulares. O valor da multa deverá ser revertido em campanha publicitária de combate ao assédio moral no trabalho e em programas de acompanhamento psicológico aos trabalhadores”, diz o Ministério Público.

As investigações começaram há um ano, a partir de informações do Sindicato dos Bancários do Piauí. “A pressão desencadeou doenças e alguns empregados estavam tomando remédio controlado para trabalhar e outros anteciparam aposentadoria”, afirma o MPT. “Havia cobranças enviadas também fora do horário de serviço, nos finais de semana e de madrugada.”

“A pressão que esses trabalhadores sofreram é injustificável e insuportável”, diz a procuradora Maria Elena Moreira Rêgo, segundo o MPT. “Ouvi relatos emocionantes de homens angustiados. Trabalhadores que começaram a ser cobrados e pressionados tão intensa e constantemente que não resistiram e desistiram.” Segundo ela, algumas das mensagens têm tom agressivo, irônico ou ameaçador.

Quatro funcionários teriam desenvolvido a chamada síndrome de burnout, que indica esgotamento profissional, em um período de 12 meses. “As vítimas da enfermidade, todas elas profissionais com histórico de sucesso no banco, tinham sentimento de incompetência, fracasso e desempenho insatisfatório no trabalho. Também foram detectados sintomas como depressão, tremores, comportamentos agressivos e impaciência.”

A ação está na 4ª Vara do Trabalho de Teresina. A procuradora pediu quebra de sigilo telefônico de todos os celulares corporativos do BB no Piauí.

Procurado, o BB informou, por meio de sua assessoria, que “ainda não foi notificado e não teve acesso ao inquérito”.

Santander

A 7ª Vara do Trabalho de Brasília condenou o Santander em R$ 10 milhões por dano moral coletivo, devido a controle irregular da jornada de trabalho. A informação é do MPT. “A decisão também proíbe o banco de prorrogar a carga horária dos empregados além dos limites previstos na legislação”, diz o Ministério Público. Por ser uma decisão de primeira instância, ainda cabe recurso.

Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 15/01/2014

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