Desigualdade salarial por sexo: persistências, transformações e desafios

Thaís de Souza Lapa

Fonte: Revista da ABET, v. 15, n. 1, p. 127-137, jan./jun. 2016.

Resumo: Este artigo discorre sobre o tema das desigualdades salariais entre homens e mulheres, procurando identificar seus principais determinantes. Visa-se também recuperar debates e experiências que incorporam a perspectiva de enfrentamento à desigualdade salarial entre os sexos e suas bases materiais. A partir do referencial apresentado, desenvolve-se breve análise da desigualdade salarial por sexo no setor metalúrgico brasileiro.

Sumário: Introdução | I A desigualdade salarial por sexo no contexto capitalista de desigualdades | II Principais determinantes da desigualdade salarial por sexo | III Como reduzir a desigualdade salarial por sexo? | IV Diferença salarial e segregação setorial na indústria metalúrgica brasileira | V Considerações finais | Referências

Introdução

Ao se considerar o amplo tema “desigualdades”, recorrente em estudos socioeconômicos, é possível identificar que há muitas formas de manifestação deste fenômeno, as quais nem sempre têm a mesma evidência. As diferenças salariais entre homens e mulheres seriam um dos casos de desigualdade com menos espaço nos “projetores”; como aponta Silvera (2003, p. 151), atualmente a atenção parece ter sido voltada para “outras desigualdades nitidamente mais intoleráveis: especialmente as do emprego e da exclusão”, esquecendo-se inclusive que “as mulheres são as primeiras vítimas dessas desigualdades”.

A persistência da desigualdade salarial por sexo de maneira aparentemente estável, a despeito de uma série de mudanças positivas para as mulheres no mercado de trabalho, traz os questionamentos sobre quais são os determinantes de tal desigualdade e como enfrentá-la. São apresentados e debatidos, assim, elementos que permitem identificar tais determinantes – trazendo o exemplo da indústria metalúrgica –, bem como aportes teóricos e políticas salariais que apontam perspectivas para o enfrentamento das desigualdades salariais por sexo.

São utilizados referenciais da economia e sociologia do trabalho, com especial atenção às contribuições de gênero introduzidas nestas áreas, as quais, conforme Carrasco (1999, p. 17), “estão colocando em evidência que o mercado de trabalho não é uma entidade sexualmente neutra e que as relações de gênero estão na base da organização do trabalho e da produção”.

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Thaís de Souza Lapa é Doutoranda em Ciências Sociais na Unicamp. Mestre em Sociologia pela USP.

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