“Uberização” e “empreendedorismo” em “Você não estava aqui”, e uma provocação acerca de onde podemos e devemos estar

Fotografia: Pixabay

Campo progressista estave ausente tanto nas resistências ao processo da mercadorização da informação quanto no apoio aos informais. Não vamos sair de onde estamos se não atualizarmos tais visões e incorporarmos todos num projeto de mundo novo.

Glaucia Campregher

Publicado em parceria com DDF

A ideia desse texto é usar o filme “Você não estava aqui”, de Ken Loach, sobre um drama pessoal e familiar de um entregador de aplicativo, para pensar diferentes aspectos do trabalho na atualidade. Quero principalmente provocar uma reflexão crítica a crítica mais comum do empreendedorismo, apontando para as contradições envolvidas quando somos empresários de nós mesmos.

A não ficção de Loach sobre a uberização

Não é de hoje que o cineasta Ken Loach tem a ousadia de fazer críticas absolutamente profundas e ácidas, no sentido de destrutivas mesmo, do sistema econômico que nos governa. Em um de seus primeiro filmes (1971), contratado por uma importante Fundação britânica – a Save the Children –  ele explorou de tal maneira as questões de classe e raça das crianças contempladas que acabou por mostrar que as ações da ONG se encaixavam melhor na típica caridade, que mais funciona para aliviar as consciências brancas, cultas, e endinheirados (medianamente que seja) dos europeus, do que em qualquer coisa alternativa que pudesse aliviar de fato a desigualdade e a pobreza que condenam tantas crianças. O resultado foi que a ONG tentou destruir a película, conseguindo via processos jurídicos ao menos que o mantivessem longe das telas até 2011, quando finalmente veio a público. 

Loach tem diversos outros filmes que vão nessa mesma linha, mas que vamos deixar de lado para falarmos de um único, o seu último, por sinal. Trata-se de “Você não estava aqui”, lançado no Brasil em fevereiro de 2020. O tema central do filme é o que veio a ser nomeado por pesquisadores mundo afora de “uberização do trabalho”. O neologismo foi criado a partir da palavra que nomeia o aplicativo Uber de contratação de corridas de carro, oferecidas por proprietários privados, e demandadas por pessoas espalhadas no espaço urbano, registradas via uso de um aplicativo que rodam em telefones móveis com acesso à internet. Já antes da pandemia, e mais ainda depois dela, esses serviços de transporte não se limitavam ao transporte de passageiros, mas também de coisas. No filme de Loach, um pai de família se vê na tentação – e cede à ela – de vender o carro que serve de meio de transporte à esposa – que presta serviços de cuidados a idosos e portadores de deficiências várias – para comprar um carro maior que usará para fazer entregas. 

A ideia de que se possa comprar algo sem sair de casa e recebê-lo no conforto do lar não é nova no capitalismo. Contudo, em tempos de internet e novas tecnologias da informação: os produtos a escolher cresceram imensamente de número; cresceram também em variedade e detalhes de exposição; a escolha em si ficou muito melhor informada por meio do compartilhamento de imagens, opiniões de outros consumidores etc; os métodos de pagamento foram igualmente digitalizados e automatizados; muitos vendedores possibilitam a escolha entre vários modelos e mesmo a sua devolução. Entretanto, uma vez que os automóveis ainda precisam ser dirigidos por um ser humano, as maravilhas todas acima só se viabilizam se alguém colocar o treco de alguém dentro de um desses e levá-lo ao seu destino.

O sonho da Uber, e de outros aplicativos de entrega, é o mesmo dos capitalistas de todos os tempos – que já, já os carros sejam realmente auto-movíveis, que nenhum trabalhador caro, reclamão, cansado, rebelde, insuflador de greves e demandador de direitos seja mais necessário. Mas aqui há uma novidade: os motoristas desses aplicativos não são exatamente caros, rebeldes e organizadores de greves, uma vez que não são contratados, são “parceiros”… Ou ao menos essa é a mensagem que passa o gestor do armazém onde nosso pai de família do filme de Ken Loach carrega seu carro. “Você é um empresário” diz o homem! E é verdade, não? Afinal, ele não tem patrão, não bate ponto e é dono de um capital (seu carro), não?! Bem, sim e não. 

Sim, ele é dono do seu meio de trabalho como outrora no putting out system, típico da indústria têxtil em seu nascedouro, também o eram os tecelões(ãs) e costureiros(as). Não eram contratados, não vendiam sua jornada de trabalho e não trabalhavam nas fábricas dos patrões. Não tinham um salário, recebiam por produto, como os motoristas dos nossos tempos que recebem por corrida. Aparentemente gozam de alguma liberdade na disponibilização de seu tempo. Bem, se sobrar algum…

O que nos diz a realidade, que faz do filme de Loach uma não-ficção, mas quase um documentário, é que no lugar do patrão há um algoritmo tão exigente ou mais. No lugar de ser o carro um capital (de posse do motorista), o capital é o algoritmo e o capitalista é seu dono e não o dono do carro (que só faz se desvalorizar no processo). Vem ao caso lembrar que Marx explicou muito bem que capital não são os bens físicos necessários à produção, essa é uma sua condição necessária, mas não suficiente. Tais meios só são capital se em processo de valorização. Para Marx, o capital é principalmente valor que se valoriza – ou seja, algo que no processo produtivo entra com um valor e sai com um valor maior[1]. Por isso, ele é uma relação mais que uma coisa, uma relação que leva à acumulação de valor nas mãos de quem organiza a produção e embute nela uma exploração dos que são organizados por ele. Pois bem, o capital aqui é o algoritmo que organiza a produção, onde os motoristas devem estar e quando e quantas entregas devem fazer, não importando o tempo que dure. 

Isso significa que, embora pareça que esses motoristas tenham uma liberdade maior na disposição do seu tempo, isso só é verdade se tempo lhes sobra! Sim, é verdade que, se você é um motorista de aplicativo, pode ir numa reunião na escola de seu filho no meio da tarde, o que um trabalhador de fábrica ou escritório não pode fazer. Mas o filme de Loach não chama “Você não estava aqui” à toa! Se você está atrasado com suas entregas, se pegou trânsito, se bateu o carro, se foi assaltado ou acidentado, problema é seu! Lembre-se, empresários correm riscos… Se você está sempre atrasado, pior, se o número de entregas que você deve fazer para que sua retirada (falar em lucros, mesmo como piada, mesmo com aspas, seria demais, não?) cubra a subsistência da família, então não, você não pode ir à reunião na escola. Fora que você não terá uma jornada de trabalho menor, ou uma retirada maior, que os trabalhadores assalariados amparados legalmente, o mais provável é que seu stress ao longo da jornada seja insano!

Não sei vocês, mas passei o filme todo temendo uma desgraça maior – um acidente fatal, um cliente violento, um infarto ou algo assim que tirassem o pai “daqui” para sua esposa e filhos para sempre -, quando já perto do final me dei conta de que o dia a dia daquele homem era a desgraça maior. Nada poderia ser pior que aquela tensão permanente. Mas passado o peso no coração, o cérebro voltou à ação e fiquei me perguntando – por que os discursos positivos acerca desses trabalhos colam em tanta gente? Mesmo que isso ocorra por força da ideologia dominante, individualista, alienante, não há nada de positivo nesta forma de auto-emprego (que torna mais fácil a tarefa dos ideólogos)? E, se não, o fato é que vamos estar cada vez mais destinados a nos auto-empregar como mediadores de serviços que as máquinas ainda não podem fazer, ou melhor, vamos todos – de professores a médicos – ser empregados por aplicativos, controlados por algoritmos. Mas não podemos ser nós mesmos os seus desenvolvedores? Não é verdade que o custo de desenvolvimento de um aplicativo é infinitamente menor do que os de iniciar uma fábrica? Por que a iniciativa privada continua tão bem sucedida em oprimir a iniciativa coletiva? 

Não esperem que eu vá responder a todas estas questões até o final deste texto, apenas me esforço para dar continuidade a essa conversa aberta, ao menos aqui, pelo filme de Loach.

Para além da ficção, a necessidade de empreendermos no negócio de nossa própria organização

Bem, de imediato, importa expressar minha opinião de não contrariedade absoluta ao “empreendedorismo”. Minha “simpatia” tem a ver com “n” coisas, da minha compreensão teórica do capitalismo até minha admiração prática pelos brasileiros tão cheios de invencionices, ainda mais quando envolve a sobrevivência. O empreendedorismo como ideologia do vença por si mesmo, seja um unicórnio mesmo saindo do nada, e saia por aí desfilando com a camiseta cínica da meritocracia, por suposto considero uma patetada. Mas a ideia de que uma empresa é uma aventura, que quanto mais coletiva, melhor, é verdade, mas que mesmo sendo vivida solitariamente dá ao indivíduo um certo domínio do processo produtivo – incluindo a sua organização – que considero um antídoto à alienação e exploração que acompanha o lado passivo do assalariamento. Verdade que os assalariados podem ter seu lado ativo ativado pela formação política. Mas mesmo que a coletivização forçada pelo próprio capital traga alguma vantagem de organização, não considero esta vantagem nem perene, nem suficiente. E, muito menos, isso justifica colocarmos fora do foco da necessária formação política crítica os trabalhadores informais, os empreendedores e mesmo os mais  convencidos de que são candidatos a capitalistas. Esse sentimento pode dar em atitudes diferentes quando cultivado com adubos diferentes.

Mas explicando um pouco melhor, comecemos pelo que há de empreendedorismo no assalariamento. Ora, o que há é que somos empresários de nós mesmos! Não apenas nos vendemos por livre e espontânea vontade, como somos responsáveis pela mercadoria que entregamos – sua manutenção física, seu aprimoramento, sua realocação e até mesmo sua substituição. Por suposto, isso não autoriza o jargão liberal de “se não está gostando, cai fora”. Podemos escolher a quem nos vender, mas a decisão de não nos vendermos, de trabalharmos por conta própria, não é de jeito algum aberta a todos, nem muito menos significa a liberdade e realização que prometem. Via de regra, os “conta própria” que dão certo são os que têm apoio da herança familiar e/ou de um Estado empenhado em construir capacidades produtivas superiores. De modo semelhante, o assalariamento que dá certo, para os que se assalariam, é aquele que permite o avanço da coletivização, do entendimento da importância da coletivização, melhor dizendo, para além do chão de fábrica.  

 Acho importante pensar que, além do trabalhador que se assalaria, os capitalistas que os (ou nos) assalariam também são empreendedores, cuja empresa, ou tarefa, ou mesmo trabalho, é a organização do trabalho alheio. É fato que no início desse sistema isso era verdade para o conjunto desta classe e, na medida em que avançam a divisão do trabalho e a competição (que faz com que os grandes engulam os pequenos ou os tornem empresas satélites quase “assalariadas” de tão dependentes), a classe tenda a se limitar à “função” de dona do capital. Mas quer me parecer que mesmo essa função envolve algum trabalho, se não mais de aglutinação e gestão das forças produtivas humanas e materiais, agora das forças financeiras e políticas. Afinal, também o capital tem de ser coletivizado e explorado ao limite… (Como diria o inglês John Hobson, as pequenas poupanças nas mãos dos capitalistas são como capital proletarizado!) Mas o que quero marcar é que importa muito entender que o capitalista não se define por alguém que não trabalha, ainda que muitos o façam[2]. O que faz de alguém um capitalista é que ele assume a si a tarefa de organizar o trabalho dos outros, e o capital dos outros, com o propósito objetivo de gerar ganho cada vez maior, acumular. 

O “trabalho” de organizar o trabalho (mas também o capital) alheio passou ao longo do tempo pelo mesmo processo de divisão e especialização que outros tantos sob a batuta do capital, a ponto de mais e mais trabalhadores serem necessários para organizar o trabalho de outros trabalhadores. Mas a orquestração da coisa como um todo ainda cabe aos que comandam/contratam todos os demais, ainda que essa orquestração se dê num plano cada vez mais elevado[3]. Parece-me que mesmo o progresso técnico avançando ao máximo, substituindo os trabalhos mais concretos (de fazer coisas), não irá longe ao ponto de substituir os mais abstratos (de organizar processos).  Por isso, não creio em certa previsão marxista de que em algum momento o progresso técnico nos levará a um estado de “administração das coisas pelas coisas”, onde não precisaríamos nem de patrões, nem de Estados[4]. 

O que quero dizer é que mesmo que a organização mais imediata do trabalho se dê por meio de um algoritmo impessoal e distante – a ponto de pensarmos que não trabalhamos para ninguém, mas para nós mesmos -; mesmo que, num sentido mais geral, a adequação física de meios a fins possa ser toda automatizada, a definição dos fins ainda será uma tarefa humana. Eu até consigo imaginar um mundo movido à internet das coisas – onde as máquinas, computadores e robôs conversam entre si sobre o que produzir, quando, para vender para quem, usando qual matéria-prima, de que fornecedor, em que quantidade, usando qual método produtivo, evitando ao máximo o desperdício e barateando ao máximo os custos. Só não consigo imaginar que os algoritmos que organizam todos os circuitos necessários não sejam escritos por programadores humanos a par dos desejos e necessidades de quem manda no pedaço. A depender disso, de quem manda, é que podemos ter o processo descrito acima condicionado por diretivas diferentes – por exemplo, condicionado a gerar o maior ganho financeiro possível ou o menor desgaste humano possível. 

Em suma, mesmo se e quando o trabalho desaparecer de todo das tarefas de transformação da natureza – como fazer pão de trigo ou mesas de árvores – que diz respeito à adequação de meios para atingir certos fins, ele não desaparecerá tão fácil da tarefa de definição dos fins! E, definidos os fins, a sua comunicação ao conjunto do sistema e os ajustes necessários para que eles sejam cumpridos. Para o estabelecimento de fins de qualquer tipo, seja a valorização das riquezas de alguns poucos, seja o bem-estar de muitos, uma peça é fundamental: a informação. Tudo aquilo que concorre para a produção de qualquer coisa, seja a cor das asas de um passarinho, seja o formato de uma mesa, seja o destino de certo montante de dinheiro, tudo isso envolve informação. A informação pode ser definida como:

um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual. É resultante do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (humano, animal ou máquina) que a recebe.”

 Isso significa que toda vez que os humanos trabalham para produzir algo bastante objetivo (como o pão ou a mesa, mas também uma canção), eles estão a produzir algo mais, um conhecimento sobre o que estão fazendo. Passar adiante tal conhecimento significa inscrevê-lo em materiais mais ou menos duráveis que permitem que ele tenha um destino diferente do pão, da cadeira ou da canção. Ele irá mais longe. Por vezes se perdem vários de seus registros (feitos em materiais mais frágeis, como um pergaminho) e ainda assim ele segue por outros. Mesmo que a humanidade esteja lidando com a informação que constrói conhecimento há milênios, o fato é que quando ela se torna mercadoria sob as ordens do capital, ela irá merecer uma sobre-atenção. 

 Essa atenção implicou na prática a difusão da necessidade urgente do sistema do capital se apropriar de todo tipo de informação. Não se tratava mais de fazer leis de copyright para proteger certo desenho de certa máquina, mas de tudo mesmo que fosse dado a ser um dado usado ali na frente sabe-se lá como. Mesmo que nos primórdios da internet e dos computadores pessoais, que aproximavam pessoas comuns de conhecimentos nem tanto, os “negócios” que surgiram indicassem uma não mercadorização da informação – a ponto de se falar do surgimento de uma sharing economy, onde o foco era trocar, mas não enriquecer com isso – eles não duraram muito. Algumas iniciativas dessa fase perduraram, mas são exceções, fazendo com que a economia do compartilhamento tenha dado lugar ao capitalismo de plataforma. E é deste que falávamos no início deste texto, pois é dele que fala o filme de Ken Loach.

Onde podemos e devemos estar

Fechando então essa reflexão sobre “Você não estava aqui”, o que me vem à mente é que poderíamos estar em outro lugar. Num lugar onde fôssemos nós, os trabalhadores coletivos, os donos dos aplicativos e, por tabela, do nosso próprio tempo. Acredito que temos uma parcela de responsabilidade por não estarmos neste lugar. Isso porque não estávamos muito aí quando a internet era terra de ninguém e nossa inação colaborou para que ela se tornasse hoje propriedade dos donos dos algoritmos. Por suposto, havia no passado, como hoje, heroicos militantes tentando manter o potencial de democratização da rede e de todos os seus meios. Mas nós, os progressistas, a esquerda, os intelectuais críticos da dominação capitalista, nós, os estudiosos do trabalho, os líderes sindicais, não estávamos muito aí quando das primeiras batalhas pela socialização daquilo que ainda não tinha sido privatizado, o conhecimento. 

Voltando no tempo, talvez a nossa ausência se justificasse por estarmos ainda muito abalados com as derrotas da época – as últimas grandes greves dos velhos trabalhadores coletivos, como os aeroviários nos Estados Unidos ou os mineiros ingleses (ainda que no Brasil fosse tempo de apogeu delas e de seu amadurecimento num partido), a “queda do muro” simbolizando o colapso do império soviético, a ascensão enfim da onda neoliberal. Mas creio haver algo de mais estrutural no modo como nos fixamos nos trabalhadores de fábrica e na propriedade privada dos meios físicos da produção. Isso nos fez ausentes da cena onde os novos empreendedores, os jovens nerds conhecedores de computadores, estavam procurando seu lugar na sociedade, não necessariamente apenas no mercado. E antes do surgimento desses novos empreendedores do conhecimento tornado digital, não estávamos muito atentos também aos velhos empreendedores do conhecimento trivial. Demoramos a estar presentes nas lutas daquelas pessoas no Brasil chamadas de informais (vejam, não estão apenas fora da formalidade, das leis, mas das nossas formas quanto ao que é ser trabalhador). Estes empreendedores entendem e muito de serviços triviais que valem muito se aparecem organizados, na forma certa, na hora certa e no lugar certo. Pena que quem está organizando os seus serviços seja, agora, a plataforma. Mas indo mais longe na história e na lógica, nunca estivemos muito presentes na cena de comando, onde acontece o trabalho de organização do trabalho. 

Quero crer que isso esteja mudando, e uma prova é a proposta dessa revista de pensarmos o trabalho também através do cinema e não só dos nossos manuais – que não podem nem devem ser esquecidos, mas precisam ser urgentemente atualizados. Se Marx dispensava o lumpem, também dizia (no Manifesto do Partido Comunista) que o proletariado poderia ser engrossado pelos capitalistas perdedores na concorrência. Não vamos sair de onde estamos se não atualizarmos tais visões teóricas, seja no sentido crítico, seja no afirmativo, e, na prática, se não incorporarmos todos estes agentes de “novos negócios” num projeto de mundo novo.

Notas

[1]  Vejam que a Uber sequer começou a dar lucro ainda (aliás teve seu primeiro resultado positivo em 10 anos de operação ano passado), mas sua valorização já está embutida nos preços de suas ações.

[2]Para maior aprofundamento, vide CAMPREGHER, G e LONGONI, L (2017) Vulgaridades teóricas iniviabilizadoras do marxismo: não é verdade que a mais-valia seja roubo, que o capitalista não trabalhe e que o Estado seja o escritória da burguesia. In https://www.academia.edu/7995296/Vulgaridade_te%C3%B3ricas_iniviabilizadoras_do_marxismo_n%C3%A3o_%C3%A9_verdade_que_a_mais_valia_seja_roubo_que_o_capitalista_n%C3%A3o_trabalhe_e_que_o_Estado_seja_o_escrit%C3%B3rio_da_burguesia

[3] Mais sobre esse tema aqui https://www.dmtemdebate.com.br/sucessao-o-trabalho-do-capitalista/

[4]Ou, nos dizeres de Engels em Do socialismo Utópico ao Socialismo Científico, “Se aqui não faz senão aparecer em germe a ideia de que a situação econômica é a base das instituições políticas, proclama já claramente a transformação do governo político sobre os homens numa administração das coisas e na direção dos processos da produção, que não é senão a ideia da “abolição do Estado”, que tanto alarde levanta ultimamente” (In https://www.novacultura.info/post/2021/05/18/engels-o-socialismo-utopico). Ou Lenin no Estado e a Revolução, “​O governo sobre as pessoas é substituído pela administração das coisas e pela direção dos processos de produção. O Estado não será “abolido”, extingue-se​.” In https://www.marxists.org/portugues/lenin/1917/08/estadoerevolucao/index.htm

Glaucia Campregher é  professora de Economia da UFBA e colunista no DMT em Debate.

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