por Laura Glüer
Doze horas de manifestações nas principais cidades argentinas, com a paralisação de mais de 1,5 milhão de trabalhadores e 350 mil argentinos protestando na capital Buenos Aires. Esse foi o clima do 24 de janeiro de 2024 – data convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) – para a primeira paralisação geral no governo do ultraliberal Javier Milei.
Os manifestantes protestaram contra o pacote de medidas proposto pelo governo e pediram aos legisladores “que não traiam os trabalhadores” – fazendo referência à chamada Lei Ônibus, que terá impactos na economia, nos direitos sociais, no trabalho e na atividade sindical, cuja votação está prevista para acontecer até 15 de fevereiro.
Diferentes sindicatos e centrais sindicais, como os de transporte, bancários, trabalhadores da saúde e administração pública aderiram à paralisação na Argentina, com muitas atividades adiadas ou completamente interrompidas.
Nas rodovias que acessam Buenos Aires e no centro da capital houve intenso cerco policial. A Casa Rosada tentou coibir as manifestações com um protocolo para manutenção da ordem pública, comandado pela ministra da Segurança Patrícia Bulrich, ex-adversária de Milei nas urnas. Mesmo assim, o governo não conseguiu impedir a chegada dos manifestantes à capital argentina.
De acordo com as lideranças sindicais argentinas, a data marca o início de um grande “plebiscito nas ruas” e deve ser a primeira de uma série de manifestações que os trabalhadores pretendem organizar em resistência ao governo Milei, confirmando o protagonismo da classe trabalhadora em momentos históricos do país.
O advogado trabalhista e professor universitário argentino Álvaro Ruiz, afirma que “é na rua que se resolverá finalmente a encruzilhada política enfrentada no país”. Segundo ele, esse é o lugar onde a classe trabalhadora, juntamente com as suas organizações sindicais, poderá dar conta de sua firme vontade de lutar por uma Pátria Justa, Livre e Soberana.
Em artigo exclusivo para o DMT em Debate, Ruiz denuncia que a Argentina vive um período de exceção inconcebível, de ação disruptiva deliberada, com o único propósito de subjugar os direitos humanos fundamentais, desestruturar os sistemas de representação dos cidadãos e levar à renúncia a soberania nacional.
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Fontes consultadas: O Globo, CNN e BdF