Revista Labor: a morte lenta e silenciosa dos empregados da Eternit

Fotografia: Eduardo Metroviche/Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

Lançada em março de 2013, a revista Labor é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), produzida sob a coordenação da Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria Geral do Trabalho.

Com enfoque jornalístico, Labor reúne artigos, entrevistas e reportagens produzidas em todos os estados do Brasil pelas equipes de comunicação das 24 Procuradorias Regionais do Trabalho.

O terceiro número da Labor foi publicado em novembro (ano 1, n. 3, primavera de 2013) e tem como matéria de capa a situação dramática dos ex-empregados da Eternit contaminados por amianto, naquele que pode se tornar o maior caso da Justiça do Trabalho no país.

O mais novo número da revista também conta com matérias sobre trabalho artístico infantil, tráfico de pessoas e assédio moral, entre outros assuntos.

Leia abaixo a apresentação da revista.

Vamos em frente

A terceira edição de Labor tem como reportagem principal o drama dos ex-empregados da fábrica da Eternit em Osasco (SP), contaminados pelo amianto e condenados à morte em decorrência das doenças provocadas pelo contato com a fibra mineral. A partir de suas histórias, a revista reconstrói o período de atividade da fábrica e as diversas ações da multinacional suíça para mascarar a realidade dos empregados já doentes ou, quando não havia mais o que esconder, para cooptá-los para evitar processos judiciais. Isso até mesmo depois do fechamento da fábrica em 1993.

As histórias reveladas pela Labor chocam e emocionam. Dos médicos contratados pela empresa para atestar a “saúde” de seus empregados ao “kit morte” distribuído aos doentes e aos familiares, mostram o poder econômico e político – em âmbito nacional e mundial – da Eternit em defesa do seu negócio a qualquer preço.

Agora, a Eternit enfrenta ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho no valor de R$ 1 bilhão por dano moral coletivo que pode se tornar o maior caso da Justiça do Trabalho no Brasil.

Labor também revela que, por trás dos holofotes, a fama precoce pode ser mais nebulosa do que parece. Os dois lados do trabalho artístico infantil são retratados nesta edição por meio de nomes que se consagraram em um momento em que as crianças deveriam apenas estudar e brincar. A reportagem explica, ainda, por que essa atividade precisa ser regulamentada.

As cores vívidas presentes nas festas juninas de São Luís, no Maranhão, e no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, escondem as condições precárias enfrentadas pelos que trabalham nos eventos. Esta edição aborda os bastidores das celebrações que envolvem condições análogas à escravidão.

Outros assuntos de relevância para toda a sociedade, como o tráfico de pessoas e o assédio moral, estão nesta edição, que mais uma vez pretende contribuir com as discussões sociais e trabalhistas presentes no país.

Felicidades.

Luís Camargo

Procurador-geral do Trabalho

Para acessar a revista, clique aqui.

Os números anteriores da Labor podem ser acessados no site do MPT.

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