Protesto contra austeridade reúne 100 mil e acaba em confronto na Bélgica

Uma manifestação contra a austeridade reuniu na quinta-feira (6/11) cerca de 100 mil pessoas em Bruxelas e acabou em confronto entre os participantes e a polícia, que lançou gás lacrimogêneo contra um grupo que atirou pedras e incendiou contêineres de lixo.

Os manifestantes usavam capuzes e bandeiras com as cores vermelho, azul e verde, que representam vários sindicatos, e gritaram palavras de ordem contra as medidas de austeridade do novo governo belga, de tendência direitista. Os sindicatos estimaram em mais de 130 mil o número de participantes, que marcharam ao som de assobios e lançaram foguetes no centro da capital, em protesto contra decisões governamentais que consideram injustas.

Alguns manifestantes subiram em cima de carros virados e atiraram pedras de calçada e fogos durante a manifestação. A polícia de choque investiu contra um grupo que incendiou contêineres de lixo e ergueu barricadas nas ruas.

“É preciso esforço, é óbvio, mas o pacote de medidas proposto pelo governo é particularmente injusto. As grandes empresas e os detentores de capital não participam [do protesto] em solidariedade [ao governo]. Pelo contrário, ou reduzem os salários, ou reduzem a pensão, o que afeta a segurança social”, disse a líder socialistas, Laurette Onkelinx, que encabeçou a marcha.

As companhias de metrô venderam bilhetes a preços baixos para permitir maior participação de pessoas nos protestos.

Na Bélgica, muitas empresas, principalmente as do setor siderúrgico, e os portos de Antuérpia e Zeebrugge, enfrentam problemas de crescimento. O assunto deve ser discutido na reunião do Conselho de Ministros, que contará com a presença de representantes de três sindicatos.

A manifestação foi vista como o início de uma ofensiva dos sindicatos que poderá culminar em uma greve geral no dia 15 de dezembro. Os sindicatos e os partidos da oposição afirmam que as medidas de austeridade têm impacto negativo sobre os salários e benefícios sociais, que não acompanham o aumento automático de custo de vida na Bélgica. Eles discordam também do aumento da idade mínima para aposentadoria, de 65 para 67 anos, a partir de 2030.

O novo primeiro-ministro, Charles Michel, que lidera uma coligação formada por três partidos flamengos e um francófono, o Movimento Reformador, do qual faz parte, disse que os manifestantes querem um governo que faça “do emprego [sua] primeira prioridade.”

Fonte: Agência Brasil, com Agência Lusa
Data original da publicação: 06/11/2014

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