Resumo: | A partir de uma revisão bibliográfica propositiva, esta dissertação discorre sobre o trabalho de cuidados, evidenciando sua importância para o sistema produtivo, na medida em que é fonte para manutenção da reprodução social, uma vez que regenera trabalhadores para voltarem íntegros e aptos ao trabalho, regenera futuros ou ex-trabalhadores, além de também gestar pessoas que contribuirão para o sistema produtivo. Sendo o trabalho de cuidados tão importante para o sustento do trabalho produtivo e, ao mesmo tempo, por ser o trabalho de cuidados tão marginalizado por este mesmo sistema, deixando marcas profundas de opressão e silenciamento da história das mulheres, esta pesquisa estudou formas de trazer luzes às sombras marcadas por esta opressão. Dividindo-as entre o eixo de alternativas paliativas e o eixo de alternativas sistêmicas, como hipóteses de soluções aos conflitos narrados envolvendo o trabalho de cuidados, propõe-se a introdução da questão de gênero e cuidados de forma transversal ao Direito do Trabalho, não apenas como norma especial e direcionada às mulheres, bem como uma maior universalização dos Direitos Previdenciários. Já no eixo das alternativas sistêmicas, propõem-se medidas à crise sistêmica, que tem abrangência ambiental, econômica, social, geopolítica, institucional e civilizatória, que seriam os ecofeminismos e a própria introdução de uma lente de cuidados para com o outro, em equilíbrio do modo-de-ser cuidado e o modo-deser trabalho. Para construir base aos fundamentos propostos, a dissertação traz em profundidade questões atinentes ao conceito de mulheres e homens, as razões que privaram as mulheres no curso da história, virilidades, masculinidades, mulheridades, feminino, masculino, origens e localidades, divisão social dos cuidados e divisão sexual do trabalho, bem como a separação de mulheres aos espaços privados, reprodutivos e homens aos espaços públicos, produtivos |