Participação laboral feminina aumenta no Brasil

A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou nas últimas décadas no Brasil, segundo um relatório divulgado pela ONU Mulheres nesta segunda-feira (27/04). Em 1990, 44,6% das brasileiras trabalhavam, e em 2013, 59,4%. No mesmo período, a taxa masculina caiu de 85,4% para 80,8%.

O relatório “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar direitos” destaca que a participação das mulheres da América Latina e Caribe no mercado de trabalho teve o maior aumento entre todas as regiões do mundo: de 40 para 54% entre 1990 e 2013. No entanto, a participação feminina ainda está muito distante da dos homens na região (80%), pondera a ONU.

No Brasil, a organização também aponta que o número de mulheres com carteira assinada passou de 30% em 2001 para 35% em 2009. Segundo a ONU, o aumento do número de empregos dignos no Brasil é resultado de políticas econômicas e sociais e beneficiou também as mulheres.

A elevação do salário mínimo, por exemplo, contribui significativamente para reduzir a diferença salarial entre homens e mulheres. Entre 1995 e 2007, a disparidade salarial de gênero caiu de 38% para 29%, segundo o relatório, apontando que tal queda se deve ao aumento dos salários de ambos os sexos, e não à redução da renda masculina.

No entanto, a taxa de desemprego continua sendo maior entre as mulheres. Em 2013, ela foi de 7,8%, enquanto a taxa masculina foi de 4,5%.

Divisão por setor

No Brasil, as mulheres ocupam a maioria dos cargos técnicos, especializados e de gerência (50,8%), ficando acima da média mundial de 45,2%. Mas isso não significa que elas ocupam os cargos mais altos dentro das empresas.

No grupo que abrange empregos nos setores de serviços, administrativos e de vendas, as mulheres ocupam 61,2% das vagas. Já na agricultura e operação de máquinas, elas são 22,4% da mão de obra.

O relatório da ONU cita o programa “Chapéu de Palha Mulher”, do governo de Pernambuco, como exemplo do papel do Estado na diminuição da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. O programa promove oficinas de capacitação para mulheres que trabalham no corte de cana.

Além disso, o documento apresenta recomendações para diminuir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. “Se a economia trabalhasse para todas as mulheres, suas opções não estariam limitadas por estereótipos de gênero, estigmas nem violência. Elas poderiam desfrutar de uma independência econômica que lhes permitisse manter um padrão de vida decente, desde o nascimento até a velhice”, afirma Luiza Carvalho, diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe.

Fonte: Deutsche Welle
Data original da publicação: 27/04/2015

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *