O que muda para os franceses com a aprovação das medidas para melhorar o poder aquisitivo?

Depois de semanas de intensos debates e muita expectativa em torno de uma decisão de impacto, os jornais franceses desta sexta-feira (5) se perguntam uníssonos: o que muda para os franceses com a aprovação do projeto de lei que pretende melhorar o poder aquisitivo?

A decisão é a manchete do Le Monde, que sublinha a marca deixada pela direita, depois que o Governo perdeu a maioria no Parlamento neste segundo mandato do presidente Emmanuel Macron.

Já o texto do Le Figaro é enfático e começa com um “Enfim!”, destacando o alívio da adoção de um texto final com 292 votos a favor e 120 contra depois de tanta polêmica. A publicação enumera os pontos fortes do acordo, como o congelamento do preço do gás e o aumento do desconto de 18 para 30 centavos de euro sobre o preço do litro dos combustíveis para o consumidor final.

O tão debatido direito dos trabalhadores de venderem suas horas extras – ao contrário da compensação com dias de folga –, a chamada “redução do tempo de trabalho” (RTT, na sigla em francês) também foi integrado ao texto.

Mas o artigo também cita as derrotas da esquerda, que não conseguiu emplacar um aumento maior do salário mínimo nem o congelamento do preço dos aluguéis.

Quando a votação vira um espetáculo

Libération lança um texto crítico. Sob o título “Na Assembleia, os deputados dão um show”, a publicação mostra como a votação do projeto de lei foi palco de uma guerra de comunicação, onde todo tipo de golpe é permitido entre partidos bem conscientes de que cada imagem conta.

Mais didático, o Le Parisien estampa na capa a foto de notas e moedas de euro, acompanhada de uma frase que pode colocar um sorriso no rosto dos leitores: “€ 65 bilhões serão distribuídos aos franceses para compensar a inflação. A cada um seu quinhão”. No interior da edição, uma tabela de página inteira e colorida explica aos franceses quem ganha o quê e quando.

A aprovação do projeto de lei pelo poder aquisitivo também ocupa a capa do Les Echos, que, bem ao estilo francês, dá um tom pessimista à recente resolução, prevenindo que o pior está por vir: o projeto de lei de Finanças de 2023 a ser votado depois das férias de verão europeu.

Fonte: RFI
Data original da publicação: 05/08/2022

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