A Organização Internacional do Trabalho, OIT, lançou na quinta-feira (05/03) um relatório sobre disparidades entre homens e mulheres no mercado de trabalho, com foco na maternidade.
Segundo a OIT, as diferenças de salários continuam para todas as mulheres, com ou sem filhos. Numa média global, as mulheres ganham o equivalente a 77% dos salários dos homens. E se nenhuma ação for tomada para mudar o quadro, a igualdade de salários só será alcançada em 2086, ou daqui a 71 anos.
Força-Tarefa
A Rádio ONU ouviu o diretor-adjunto da OIT em Nova York. Vinícius Pinheiro explica que as diferenças não param por aí.
“As taxas de participação no mercado de trabalho entre homens e mulheres estão ainda bastante díspares. Hoje, 77% dos homens que estão em idade de trabalhar participam da força de trabalho, enquanto que esta taxa para as mulheres é de 50%. Então existe uma brecha de 27% em relação à taxa de participação entre homens e mulheres.”
Direitos
A OIT calcula que reduzir essa diferença para 25% nos países do G20 poderia colocar mais de 100 milhões de mulheres no mercado de trabalho. Para quem tem filhos, a situação melhorou: a porcentagem de países que oferecem 14 semanas ou mais de licença maternidade subiu de 38% para 51%.
Mas no mundo, 800 milhões de mulheres, ou 41%, ainda não têm proteção adequada durante a maternidade.
Vinícius Pinheiro, diretor-adjunto da OIT em Nova York, defende que a maternidade precisa ser tratada como um processo natural, por isso a flexibilidade é importante.
Sugestões
“Teletrabalho, horários flexíveis, que as mulheres possam continuar mantendo o vínculo empregatício, continuar sendo produtivas e ao mesmo tempo, participarem da vida familiar. É fundamental que haja também uma maior divisão do trabalho entre homens e mulheres, principalmente em relação às tarefas relativas aos cuidados das crianças. A possibilidade que se possa levar a criança ao trabalho, a proximidade entre o cuidar da criança e o local de trabalho é importantíssima.”
Vinícius Pinheiro destaca ainda a necessidade de sistemas de proteção social que garantam renda durante a licença-maternidade e permitam às mulheres retornar ao trabalho.
Sobre os direitos dos pais, a OIT informa que em 1994, apenas 28% dos países garantiam a licença-paternidade e o índice subiu para 56% em 2013. A divulgação do relatório marca o Dia Internacional da Mulher, celebrado no próximo domingo, 8 de março.
Fonte: ONU
Texto: Leda Letra
Data original da publicação: 05/03/2015