Nascida no Japão, criada no Brasil e exilada desde 1971 na França, a socióloga Helena Hirata é uma das pioneiras dos estudos sobre gênero, principalmente da chamada “Divisão sexual do trabalho”. Pesquisadora emérita do CNRS – o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França – e professora convidada da USP, ela é autora de diversos artigos e coordenadora de coletâneas e várias publicações sobre o tema. Uma de suas obras mais conhecidas é o “Dicionário crítico do Feminismo”, publicado pela Presses Universitaires de France (PUF) e traduzido em várias línguas.
Militante feminista, ex-integrante de organizações da extrema esquerda brasileira, a pesquisadora viveu alguns meses na clandestinidade no Brasil, antes de conseguir o exílio na França, onde viveu muitos anos como refugiada política. Nessa entrevista, ela relata episódios marcantes da sua vida e carreira, e assinala que a situação de desigualdade entre homens e mulheres no mercado do trabalho perdura, apesar dos avanços. “Ainda há um diferencial de salário da ordem de 30% no caso do Brasil, entre 20% e 25% na França, e que chega a 40% ou até 50% no Japão, onde as mulheres continuam ganhando quase a metade com relação aos homens”.
Fonte: Rádio França Internacional
Texto: Maria Emilia Alencar
Data original da publicação: 08/02/2016