Com um nome extenso (Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social), o novo espaço que reunirá governo, trabalhadores e empresários será instalado em 2 de setembro, em Brasília, e deverá não se limitar ao tema proposto, mas buscar soluções contra a crise política apresentando uma “agenda positiva”. Os detalhes do fórum, discutido desde o 1º de Maio, foram acertados na quarta-feira (5/08), durante reunião em São Paulo entre o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e dirigentes das centrais sindicais. Também estavam presentes os ministros Carlos Gabas (Previdência Social) e Manoel Dias (Trabalho e Emprego).
Com representações de trabalhadores, empresários, aposentados e governo, o fórum tem dois grandes temas, segundo Rossetto: previdência e mercado de trabalho. Mas, por insistência das centrais, o grupo também dará prioridade a uma agenda econômica e a uma “política de desenvolvimento para o país”. O ministro afirmou que a instalação do fórum “expressa o compromisso de acolher as pautas apresentadas pelas centrais, trabalhadores e empregadores”.
É uma nova tentativa do governo de buscar uma reaproximação com o movimento sindical, após o desgaste causado pela edição, no final do ano, de medidas provisórias que resultaram em acesso mais restrito a benefícios trabalhistas e previdenciários. Nesse sentido, o presidente da UGT, Ricardo Patah, considerou a formação do fórum “um alento”, esperando que sejam efetivamente discutidas questões como rotatividade e informalidade no mercado de trabalho.
“Esse fórum deve ser um espaço entre empresários, trabalhadores e governo para buscar caminhos para sair da crise”, diz o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Ele observa que alguns temas específicos já estão na pauta do Congresso, como a remuneração do FGTS, a correção das aposentadorias acima de um salário mínimo e a fórmula 85/95. Algumas dessas questões, inclusive, fazem parte das chamadas “pautas bomba” que o Planalto tenta evitar. “Se o governo não quer ceder, ele tem de falar claro.”
Antes do 2 de setembro – que, por sinal, coincidirá com o encerramento da próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central –, as centrais vão se reunir para tentar preparar uma pauta unitária, a ser apresentada ao fórum. As representações empresariais também levarão suas reivindicações.
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 06/08/2015