A Avenida Paulista acordou mais colorida nesta quinta feira ensolarada. A já tradicional exposição que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) realiza anualmente na mais emblemática avenida de São Paulo celebra o feminino e se posiciona na luta contra o racismo e todo tipo de opressão de gênero.
O clima na inauguração, sempre respeitando os protocolos de contenção do coronavírus, era de acolhimento e convergência. Convergência em torno de uma pauta humanitária e de um debate atual. Desta forma o sindicalismo, mais uma vez, usa a criatividade para manifestar suas bandeiras. Estavam por ali jornalistas, pessoas das artes e da moda, curiosos e interessados, o idealizador do projeto, André Guimarães, além de sindicalistas como Ricardo Patah, presidente da UGT, Chiquinho Pereira, o Chiquinho dos Padeiros, Atnágoras Lopes, do Conlutas, e João Carlos Juruna, da Força Sindical.
Desde 2015 a UGT promove grandes exposições no canteiro central da Av. Paulista para apreciação de todos e todas. As edições anteriores apresentaram os temas “30 Anos de Redemocratização do Brasil” (2015); “100 Anos do Samba” (2016); “17 Objetivos para Transformar o Mundo” (2017); “A Quarta Revolução Industrial” (2018); “Direito do avesso/Avesso do direito” (2019) e “Liberdade e Democracia” (2020). O evento era tradicionalmente realizado em maio, mês do trabalhador. Devido à pandemia e ao 1º de Maio virtual realizado pelas centrais sindicais, desde 2020 a exposição passou para junho.
Neste ano a central convidou a jornalista Lillian Pacce, um nome conhecido do mundo da moda, para a curadoria. Foi ela quem selecionou as duas artistas Criola, apelido da grafiteira e ativista Tainá Lima, e Cláudia Liz, ex-modelo, artista e ilustradora, que representariam experiências diversas.
Ao portal São Paulo São Ricardo Patah declarou: “Feminino plural, esse tema sempre foi muito caro à UGT. Essas bandeiras nos acompanham desde a nossa fundação, em 2007. Agora, estamos fazendo essa exposição, homenageando as mulheres. Todas elas, brancas ou pretas, são muito importantes nessa luta pela igualdade de direitos”.
Já André Guimarães chamou a atenção para o alcance das obras: “A Exposição em formato virtual amplia para todo o Brasil e para fora também o alcance da Exposição para além dos 5 milhões de pessoas diferentes que passam em um mês pela Paulista. As ações digitais de lançamento, como podcasts e lives com curadoria e artistas, aumentam a eficiência das contrapartidas aos patrocinadores e massifica ainda mais a discussão de temas tão fundamentais como etnia e gênero”.
As artistas, por sua vez, declararam:
“Homenageio aqui mulheres que tem muito a nos ensinar e convido vocês a ouvirem suas vozes, convido vocês também a refletirem sobre padrões de beleza que encarceram o feminino e sobre o desejo de liberdade e de segurança para simplesmente ser mulher e exercer uma cidadania plena e equitativa. Não há espaço na Paulista para todas nos entrarmos, então selecionei algumas mulheres que foram importantes nessa reflexão: Djamila Ribeiro, Tomie Ohtake, Sonia Guajajara, Marielle Franco, entre outras” disse Cláudia Liz. E Criola emenda: “Fico muito feliz e honrada com o convite para participar desse projeto, principalmente pela importância em abordar temas urgentes e necessários exatamente nesse momento histórico que estamos atravessando.”
Estive lá e vi a força das obras. Das pinturas da Cláudia senti um DNA do modernismo. Um modernismo atualizado. E nas da Criola, uma Pop Art bem brasileira, politizada e com temas de hoje. Ambas com mensagens que nos inspiram para a luta e para a vida.
O sindicalismo é sim moderno e antenado!
Visite lá a exposição Feminino Plural até o dia 30 de junho.
Ciclovia da Av. Paulista, da Rua Augusta até a Alameda Campinas.
Realização: UGT – União Geral dos Trabalhadores.
Coordenação Artística: Mônica Maia e Fernando Costa Netto – DOC Galeria.
Curadoria: Lillian Pacce.
Artistas: Criola e Claudia Liz.
Exposição virtual: Daniel Kfouri.
Fonte: Rádio Peão Brasil
Data original da publicação: 03/06/2021