Promoções criadas por essas empresas com entregas realizadas em até 15 minutos pelos motociclistas profissionais, para incentivar o consumo e facilitar a vida de quem realiza compras pela internet, na verdade acentua o risco do acidente para o trabalhador que, na situação de acidentado fica com o prejuízo quando não vem a óbito.
Prova disso é o aumento registrado pelo Infosiga nos últimos dois anos, cerca de 40% no acumulado em relação ao período antes da pandemia.
O trabalhador ao chegar no supermercado onde estão as compras, tem o sinal ativado por quem entrega as mercadorias, e passa a valer o tempo determinado pela empresa de app ao cliente, resultando pressão pra cima do entregador que precisa acelerar para efetuar a entrega no tempo determinado. É a partir dessa etapa que a pressão fica toda em cima do entregador, que muitas vezes carrega até pesos acima do limite estabelecido pela Lei Federal 12.009 e Lei Municipal 14.491.
A Lei Federal 12.436 foi fruto de trabalho intenso do SindimotoSP para preservar vidas, já que antes dela, por conta de ações das empresas “acelerarem” os motoboys, os acidentes aumentaram, deixando motoboys em óbito ou com sequelas.
“Na época que a lei foi criada, as empresas que atuavam no setor acataram a decisão, mas o tempo passou e chegaram as empresas de aplicativos, que contrariando as leis vigentes retomaram essa prática negativa que coloca à vida dos entregadores em risco”, diz Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, presidente do SindimotoSP e da Febramoto.
A falta de fiscalização efetiva dos órgãos de trânsito e públicos corroboram com a fala, além de favorecem a prática, que é ilegal e propicia aos trabalhadores ficarem presos a um círculo vicioso.
Fonte: Rádio Peão, com A Voz do Motoboy
Data original da publicação: 20/07/2022