Mais de 30 mil pessoas protestaram na última sexta-feira (18/09) nas ruas de Helsinque, capital da Finlândia, contra medidas de austeridade do governo. As principais centrais sindicais do país convocaram a greve geral após o anúncio de que benefícios trabalhistas seriam reduzidos ou cortados.
Os protestos aconteceram em diversas cidades. Setores como transporte, correios, comércio, escritórios e serviços públicos estiveram entre os mais afetados pela greve. O governo de centro-direita do primeiro-ministro, Juha Sipilä, anunciou cortes no pagamento de horas extras, de feriados e de alguns benefícios em caso de doença. Na Finlândia, esses assuntos costumam ser negociados entre os sindicatos e empregadores.
“O Estado finlandês contraiu uma dívida a uma taxa de quase 1 milhão de euros por hora durante sete anos. Não podemos continuar assim”, declarou o premiê.
As medidas visam ao corte de gastos públicos para recuperar a economia finlandesa, que se encontra em recessão. O PIB (Produto Interno Bruto) atual do país é 4,6% menor do que o registrado em 2008.
Representantes dos sindicatos declararam que não é justo promover cortes em setores em que os salários já são baixos. Os trabalhadores mais afetados serão os da saúde pública e do varejo.
A Confederação das Indústrias da Finlândia estimou que o dia de paralisação custou cerca de 100 milhões de euros à economia do país.
Panorama poítico
Do Partido de Centro, Juha Sipilä venceu as eleições gerais em abril deste ano, anunciando no mês seguinte a entrada do partido de extrema-direita, Verdadeiros Finlandeses, na coalizão governista pela primeira vez.
Para formar maioria, o primeiro-ministro ainda se uniu ao Partido Conservador. Juntas, as três legendas controlam 123 de 200 cadeiras do Parlamento finlandês. Desde então, previa-se que um dos principais desafios do mandato seria a recuperação da economia.
Durante discurso em maio, Sipilä afirmara que seria necessária “uma forte coalizão capaz de fazer reformas” que incluiriam severas medidas de austeridade, com previsão de drásticos cortes de gastos públicos. Nos últimos três anos, o país escandinavo esteve em recessão e, nos primeiros meses de 2015, apresentou fraco crescimento.
Fonte: Opera Mundi
Data original da publicação: 20/09/2015