O mercado de trabalho brasileiro registrou a perda de 43.196 vagas com carteira assinada em março, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia. O saldo é resultado de 1.261.177 admissões e de 1.304.373 desligamentos. Os dados estão sem ajuste — ou seja, não consideram informações entregues pelas empresas fora do prazo.
Trata-se do pior mês de março desde 2017, quando houve a destruição de 63.624 vagas. O número também frustra as expectativas das 17 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que esperavam, em média, a criação de 70 mil vagas no período, com nenhuma previsão de queda entre elas.
No acumulado no ano, a economia brasileira gerou 179.543 vagas, nos dados com ajuste. Em 12 meses, o país registrou criação de 472.117 postos.
Setores e regiões
Houve retração em cinco dos oito setores econômicos no mês, com fechamento de postos no Comércio (-28.803), na Agropecuária (-9.545), na Construção Civil (-7.781), na Indústria de Transformação (-3.080) e em Serviços Industriais de Utilidade Pública (-662).
Ao mesmo tempo, o nível de emprego aumento em Serviços (4.572 vagas criadas), na Administração Pública (1.575) e na Extrativa Mineral (528 postos).
Além disso, todas as regiões do país registraram saldo negativo no mês. O pior resultado ficou com o Nordeste, onde houve o fechamento de 23.728 postos no mês. Em seguida, apareceram Sudeste (-10.673 postos), Norte (- 5.341 vagas) e Centro-Oeste (1.706 postos).
Das 27 unidades da federação, apenas oito registraram saldo positivo em março. As demais 19 fecharam mais vagas do que abriram.
Salário
O salário médio real de admissão no país foi de R$ 1.571,58 em março e o salário médio de desligamento foi de R$ 1.706,37, conforme o levantamento divulgado nesta quarta-feira.
Em termos reais, houve alta de 0,12% no salário de admissão e queda de 1,41% no salário de desligamento na comparação ao mês imediatamente anterior.
Considerando o comparativo com março de 2018, houve perda real de 0,51% para o salário médio de admissão e baixa em termos reais de 1,69% para o salário de desligamento.
Fonte: Valor Econômico
Texto: Ana Krüger
Data original da publicação: 24/04/2019