Guilherme Daroit

Há 40 anos, o Ceará passava a entrar no mapa dos estados brasileiros com escritórios regionais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 16 de outubro de 1985, assembleia com a presença de uma dezena de sindicatos locais decidiria pela criação da seção cearense do principal instituto de apoio técnico aos trabalhadores. Formalizado quatro dias depois, o escritório marcaria a terceira incursão do Dieese no Nordeste brasileiro, três décadas após a sua fundação.

Em meio ao movimento de nacionalização do Dieese, a assembleia que definiria a fundação do escritório cearense contaria com a colaboração de diversas entidades. Administradores, bancários, comerciários, economistas, farmacêuticos, petroleiros e trabalhadores em água e esgoto fariam parte dos esforços, dos quais resultaria uma comissão provisória com a função de formalizar a seção estadual. Além deles, médicos e jornalistas também integravam o movimento, mesmo não participando da comissão.

Imbuído da função, o grupo chamaria a assembleia geral de sócios menos de uma semana depois. Em 20 de outubro, o escritório seria formalizado e a primeira direção, eleita. Após sete dias, em 27 de outubro, a assembleia geral de sócios do departamento, em São Paulo, referendar a instalação da seção cearense, finalizando rapidamente os trâmites para a criação legal do escritório. A iniciativa acompanharia, no Nordeste, a criação de seções em Pernambuco, em 1981, e na Bahia, em 1982.

Desde o início, o escritório do Dieese no Ceará seria sediado no Sindicato dos Bancários (SEEB-CE), onde permanece até hoje. A entidade teria também uma das primeiras subseções a atuar na região, a partir de 1992, que resistiria por quase toda a década de 1990.

Na primeira década, a equipe técnica do escritório cearense do Dieese trabalharia para a expansão da seção no estado e o aumento da arrecadação financeira para manutenção das atividades. No fim dos anos 1980, a ação culminaria em um evento, a Festa dos Números, que demonstraria o impacto da existência do escritório.

Desde lá, a seção cresceria em sócios, chegando a mais de vinte entidades associadas em meados dos anos 2010. Atualmente, são quinze sindicatos e federações cearenses que mantêm o escritório regional, até hoje atuante em pesquisas e estudos referentes à realidade local.