Após demissões, trabalhadores da Volks-Taubaté entram em greve por tempo indeterminado

A Volkswagen começou na segunda-feira (17/08) a demitir trabalhadores do complexo industrial de Taubaté, que emprega cerca de 5.000 funcionários. O número oficial de cortes não foi informado pela montadora. O Sindicato dos Metalúrgicos também não fez um balanço do total de desligamentos, o que só deve ser feito hoje pela manhã, após assembleia na porta da fábrica.  Segundo a entidade, a Volks alega que há um excedente de 500 trabalhadores na unidade de Taubaté, que fabrica os carros Up, Gol e Voyage. Por isso, o motivo da dispensa teria sido para reduzir custos.

Greve

Com as demissões, os metalúrgicos entraram em greve por tempo indeterminado. Eles estavam em estado de greve desde a última quarta-feira, em razão de não concordarem com pacote de ações proposto pela Volks para diminuir o quadro de funcionários. Entre as medidas, estavam a abertura de PDV (Programa de Demissão Voluntária), mudanças no programa de aposentadoria antecipada e adequação do efetivo.

Em nota divulgada na segunda-feira (17/08), a empresa disse que todas as medidas de flexibilização aplicadas neste ano, como férias coletivas e lay-off, “não foram suficientes para adequar a produção à demanda do mercado”. Afirmou ainda que negociava com o sindicato, desde abril, a composição de uma proposta que permitisse a “adequação necessária da estrutura de efetivo e custos da unidade”, que seriam os “mais altos da Volkswagen no Brasil”.

Lay-off

A greve foi deflagrada no mesmo dia em que 250 funcionários retornaram ao trabalho após cinco meses em lay-off. Segundo informações não confirmadas pela montadora, o grupo teria sido colocado em treinamento. Outros 120 trabalhadores em lay-off retornarão à unidade em setembro.

Para a Volks, a proposta apresentada ao sindicato era “balanceada”, contemplando “adequação de efetivo através de programas voluntários com incentivo, entre outras medidas”. Contudo, apesar de a proposta não ter sido aprovada, a montadora disse que continua “urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições de competitividade de Taubaté”.

O presidente do sindicato, Hernani Lobato, disse que a entidade foi “surpreendida pelas demissões” na manhã de ontem, quando negociava com a empresa em reunião na fábrica. Teriam sido atingidos empregados do primeiro turno. Com isso, o segundo turno não entrou para trabalhar.
Hoje, Lobato informou que haverá assembleia na fábrica para saber se os trabalhadores entrarão na unidade ou se irão embora. A produção continuará parada até que a Volks “reverta as demissões”.

Fonte: O Vale
Texto: Xandu Alves
Data original da publicação: 18/08/2015

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