O trabalho doméstico não remunerado favorece a situação de pobreza e exclusão social das mulheres, quando não é “socialmente reconhecido e partilhado”, denunciou na quinta-feira (06/03) a relatora especial da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, Magdalena Sepúlveda.
Sepúlveda fez um apelo aos países para que o trabalho seja “mais valorizado e apoiado”. “O trabalho doméstico não remunerado deve ser uma responsabilidade social e coletiva para os homens e as mulheres, apoiado pelo Estado, em lugar de cair inteiramente sobre os ombros da mulher”, declarou Sepúlveda em comunicado por causa do Dia Internacional da Mulher, realizado no dia 8.
A relatora insistiu que o trabalho doméstico “é naturalizado” e representa um “grande obstáculo” para a igualdade entre homens e mulheres, já que “ocupa o tempo das mulheres” e impede o acesso a educação, trabalho digno, saúde e participação política.
A tarefa é um bem social “positivo e insubstituível”, “a base de nossas sociedades, e é crucial para o crescimento econômico e o desenvolvimento social. No entanto, foi negligenciado ou naturalizado pelos responsáveis políticos em grande parte”, acrescentou.
A relatora acredita que, “pelo bem dos direitos humanos e o desenvolvimento equitativo e sustentável”, a ONU deve incluir o tema na agenda de desenvolvimento para 2015.
Sepúlveda pediu aos responsáveis políticos “a deixar de separar o olhar das mulheres” e tomar medidas concretas para “reconhecer, reduzir e redistribuir a carga” do trabalho doméstico não remunerado.
Essa, disse, “é uma condição necessária” para a igualdade, o desenvolvimento sustentável e o pleno gozo dos direitos das mulheres.
Fonte: Opera Mundi, com Agência EFE
Data original da publicação: 07/03/2014