Trabalhadores em greve do IBGE denunciam excesso de terceirização

Há 50 dias em greve, trabalhadores do Instituto Brasileiro de geografia e estatística (IBGE) denunciam precarização no órgão e assédio moral. Até agora cerca de 200 trabalhadores foram demitidos por estarem em greve em cinco estados (Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraíba e Alagoas).

Atualmente os temporários representam 60% do quadro de funcionários do IBGE. Para o sindicato da categoria (Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística – ASSIBGE), as demissões são ilegais, sendo uma forma de desarticular a categoria.

Vinícius Staub, da coordenação do núcleo sindical do Paraná, declara que o movimento denuncia a existência de uma “crise do IBGE”. Por isso, é urgente a regularização dos funcionários temporários, que de acordo com ele atuam em regime precarizado e sem direitos trabalhistas.

“É um povo que ganha muito menos, são muito suscetíveis a assédio moral porque eles não são celetistas e não são estatutários. Quer dizer, nenhuma garantia de emprego, não recolhem FGTS e eles podem ser demitidos de um dia para o outro, sem justa causa, sem explicação, podem ser mandados sem explicação nenhuma”.

Staub explica que na pauta de reivindicações o movimento pede a realização de concursos públicos e o fim da substituição de mão de obra efetiva temporária. “Em dois anos metade dos nossos trabalhadores efetivos vão se aposentar. Em cinco anos 80% vão se aposentar e não tem previsão de concurso para isso e os concursos que tem não dão conta nem das aposentadorias que tem a cada ano. Está tendo uma política de esvaziamento da casa com corte de orçamento”.

Os temporários no IBGE chegam a 70% do quadro em algumas localidades. Eles ganham quatro vezes menos que outros funcionários para realizar as mesmas funções como coleta de dados, supervisão, entre outras.

Fonte: Radioagência Brasil de Fato
Texto: Leonardo Ferreira
Data original da publicação: 17/07/2014

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