Cerca de 70 mil trabalhadores das minas de platina, dos quais 10 mil moçambicanos, regressam aos seus postos de trabalho na quarta-feira (25/06), cinco meses depois da paralisação laboral.
A Associação dos Mineiros e o Sindicato de Construção Civil e os representantes das três maiores companhias mundiais de platina chegaram a um acordo, nos termos do qual cada mineiro vai receber mensalmente um aumento salarial de 1000 rands, cerca de 100 dólares americanos ou três mil meticais, durante três anos.
Os grevistas, no entanto, queriam um salário básico mensal de 12.500 rands, cerca de 1.250 dólares americanos contra os atuais 6 mil rands.
Entretanto, o Presidente da Associação dos Mineiros e Sindicato de Construção Civil Joseph Mathunjwa diz que o acordo alcançado é uma vitória extraordinária.
Para o Ministro dos Recursos Minerais da África do Sul Ngoako Ramatlhodi investido há cerca de um mês, o país está aliviado com o acordo alcançado.
A greve que durou precisamente cinco meses desde 23 de Janeiro último provocou quatro mortos, entre os mineiros, incluindo moçambicanos, e a esposa de um trabalhador. Os mineiros perderam cerca de 1 bilhão de dólares em salários e as três companhias mineiras tiveram prejuízos na ordem de dois bilhões de dólares em rendimentos.
A economia sul-africana registrou uma contração de 0.6 por cento nos primeiros três meses.
A produção mundial de platina, metal precioso, usado na indústria de automóvel e cosméticos registrou uma queda de 40%.
A greve terminou mas deixa feridas profundas cuja cicatrização poderá durar meses e se calhar anos para mineiros, economia sul-africana e mundial e relações entre trabalhadores e patronato.
Fonte: Voz da América
Texto: Simião Pongoane
Data original da publicação: 24/06/2014