Eduardo Miguel Schneider
Após quatro meses consecutivos em queda, o número de ocupados aumentou no mês de maio: foram 91 mil trabalhadores a mais nessa condição. Esse aumento no nível ocupacional foi suficiente para inserir os 74 mil trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho nesse mês e, ainda, diminuir em 19 mil o número de desempregados; que, ainda assim, foi estimado em 2,5 milhões de trabalhadores no conjunto das sete áreas metropolitanas pesquisadas.
Dada a pequena magnitude da variação no número de desempregados diante do expressivo contingente de trabalhadores nessa condição, a taxa de desemprego no espaço metropolitano brasileiro ficou praticamente estável, ao passar de 11,3% da população economicamente ativa (PEA) em abril para 11,2% em maio.
Por sua vez, a tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira foi de crescimento: em maio de 2012 a taxa havia sido de 10,6% da PEA (frente aos 11,2% atuais). Essa elevação do desemprego não se distribuiu homogeneamente nas regiões, mas foi resultado do aumento do desemprego em Salvador, Belo Horizonte, Recife e São Paulo e redução em Porto Alegre, Fortaleza e no Distrito Federal.
O gráfico acima mostra o desempenho conjuntural no mês e a tendência nos últimos 12 meses da taxa de desemprego nas sete regiões investigadas.
O rendimento médio real dos ocupados praticamente não variou em abril (-0,2%), encerrando o período em R$ 1.588. Também a tendência nos últimos 12 meses foi de estabilidade: entre abril de 2012 e de 2013 variou apenas 0,3%.
A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo; sobretudo em uma economia que depende sobremaneira do potencial de desempenho do mercado interno.
Nos últimos 12 meses findos em abril de 2013, a massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou somente 0,4%, resultado explicado pela ligeira elevação do rendimento médio, uma vez que o nível de ocupação manteve-se praticamente estável.
Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).