A central sindical PIT-CNT, que tenta marcar sua posição diante da iminente definição do orçamento nacional quinquenal, lidera esta semana uma greve nacional, a primeira em sete anos.
A paralisação trabalhista prevista para a quinta-feira (06/08) será também a primeira do segundo mandato do presidente Tabaré Vázquez, que assumiu no dia primeiro de março. A central operária, que vem preparando a greve em assembleias em todos os departamentos do país, aspira mobilizar mais de meio milhão de pessoas, segundo fontes sindicais.
Vários observadores consideram que a paralisação também pode marcar um antes e um depois nas relações entre os sindicatos e o Governo, já que a mobilização recusará as pautas salariais propostas para os trabalhadores. Sob o lema central “Para que as mudanças não parem”, os trabalhadores demandarão “mais orçamento, mais salários e aposentadorias e mais investimento das empresas públicas”.
Além disso, expressarão sua rejeição à eventual adesão do Uruguai ao Tratado Internacional de Comércio de Serviços, entre outras reivindicações.
Além da greve nacional de 24 horas da quinta-feira, diferentes agrupamentos trabalhistas anunciaram mobilizações para reivindicações setoriais. Nesse sentido, os trabalhadores da saúde também pararão na sexta-feira.
Na próxima semana, nos dias 12 e 13, paralisarão suas atividades os professores de Montevidéu e, possivelmente, de todo o país. No dia 13, os filiados à Confederação de Organizações de Servidores públicos do Estado também pararão. Depois, no dia 17, está prevista uma greve de professores do ensino secundário, se não chegarem a acordos com o Governo antes.
As mobilizações de agosto marcam um alto grau de “conflito”, segundo alguns analistas, que assinalaram, por outro lado, que é uma prática habitual em uma época de negociações e aprovação do orçamento.
Agosto vai ser um mês de mobilizações, não tenho dúvida, comentou o diretor nacional de Trabalho, Juan Castillo, até há pouco vice-presidente da governante Frente Ampla e dirigente do PIT-CNT.
Um estudo da Universidade Católica assegurou que, no primeiro semestre deste ano, o conflito sindical foi 52 por cento maior que nos seis primeiros meses do governo anterior de José Mujica. Também propôs que foi maior que a de todos os inícios dos últimos governos desde 1995.
Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 03/08/2015