Sindicatos dos metalúrgicos, dos rodoviários e da Construção Civil protestaram na quarta-feira (29/01) em diversas cidades contra cortes de subsídios trabalhistas anunciados pela presidente Dilma Rousseff dentro do plano de ajuste fiscal para seu segundo mandato.
A principal concentração ocorreu em São Paulo, onde cerca de 10 mil trabalhadores, segundo os organizadores, e mil, de acordo com a polícia, se manifestaram em avenidas como a Paulista. Também
houve manifestações em cidades do ABC, em Brasília, no Rio de Janeiro e em pelo menos outras sete capitais estaduais.
Os trabalhadores exigem que Dilma volte atrás em sua decisão de mudar as regras para o pagamento de benefícios como pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego, com as quais o governo pretende economizar R$ 18 bilhões por ano.
Entre as medidas anunciadas, subiu de seis para 18 meses o tempo mínimo que um trabalhador tem que permanecer no emprego para receber o seguro-desemprego.
O deputado federal Paulinho da Força (SD) afirmou em São Paulo que, devido às novas medidas, “60% dos demitidos não poderão receber o seguro-desemprego”.
O secretário-geral da CUT, Sergio Nobre, equiparou os cortes anunciados por Dilma com as medidas de austeridade aplicadas na Europa desde 2008 e argumentou que, “se essa agenda funcionasse, a crise já teria terminado há tempo”.
Ontem, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, a presidente defendeu a necessidade de reduzir estes benefícios; negou que se trate de um corte de direitos e qualificou as medidas como “de caráter corretivo” para ajustar a previdência social “às novas condições socioeconômicas do país”.
No Rio de Janeiro, onde cerca de 200 trabalhadores protestaram, o presidente do sindicato da construção civil de Duque de Caxias, Josimar Campos de Souza, desafiou Dilma e os 513 deputados para que “renunciem a seu salário” para economizar, ao invés de cortar direitos trabalhistas.
Os sindicatos afirmaram que serão recebidos pela presidente em São Paulo em uma audiência na próxima terça-feira, quando reiterarão suas reivindicações.
Fonte: Último Instante, com Agência EFE
Data original da publicação: 28/01/2015