Sindicatos de professores decretam greve em grande parte da Argentina

Uma greve decretada pelos sindicatos nacionais de docentes, que recusaram uma oferta de aumento salarial de 31% feita pelo governo, impediu ontem (5) o início do novo ano letivo na Argentina em 16 de suas 24 províncias.

Depois de uma nova rodada negociadora na terça-feira (4), que terminou sem acordo, o ministro de Educação, Alberto Sileoni, afirmou que dois terços das províncias do país ficaram impossibilitadas de começar na quarta-feira o ano letivo devido às greves anunciadas pelos sindicatos docentes.

Alguns sindicatos, como a Confederación de Trabajadores de la Educación de la República Argentina (Ctera), decidiram essa ação de força trabalhista durante 48 horas.

Por outro lado, a Unión de Docentes Argentinos, a Associación de Magisterio do Ensino Técnico, o Sindicato Argentino de Docentes Particulares e a Confederación de Educadores Argentinos resolveram parar por três dias.

O ministro Sileoni expressou sua confiança de que “depois destes dois dias, vamos voltar à normalidade e as aulas começarão”.

“Temos esgotado todas as instâncias iniciais de diálogo, e agora, dada as circunstâncias, propiciamos a conciliação obrigatória para, apesar da falta de consenso, gerar condições para que a continuidade do diálogo permita encontrar soluções de entendimento”, disse por sua vez o chefe de gabinete, Jorge Capitanich.

O governo a princípio ofereceu um aumento salarial de 22%, recusado pelos sindicatos, que exigem um aumento de 42%, alguns, e de 61%, outros. O estado aumentou então sua oferta para 31%, mas também foi recusada.

Em coletiva de imprensa, o representante do governo lamentou que após três reuniões não foi possível um acordo, apesar do esforço em matéria de investimento na educação realizado pelo Estado nacional, e as conquistas que isto tem propiciado, e apesar da vontade de diálogo por ambas as partes.

A Ctera reafirmou a greve, no entanto os outros quatro sindicatos agrupados na Confederación General de Trabajo anunciaram que a princípio acatariam a conciliação obrigatória.

Acatam o chamado de greve os professores de Mendoza, Salta, Neuquén, Rio Negro, Corrientes, Chubut, Formosa, Jujuy, Tucumán, Catamarca, Buenos Aires, la Rioja e Entre Rios.

Em San Juan também não haverá aula, mas devido aos prejuízos que ocasionou o temporal que castigou essa província e que postergou o início das aulas até o próximo 10 de março.

Em províncias como Santa Fé, la Pampa, Córdoba e San Luiz, houve sim acordos salariais entre 31% e 33% e os professores começarão as aulas. Em Santa Cruz, também houve acordo, mas se atrasarão por problemas diversos.

Fonte: Prensa Latina, com ajustes
Data original da publicação: 05/03/2014

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