A Confederação Sindical de Comissões Operárias (CC.OO.) criticou na terça-feira (29/12) o aumento salarial de 1% aprovada pelo governo espanhol, depois de considerar que este joga sobre os trabalhadores os efeitos da crise e seus cortes.
O secretário de Ação Sindical das CC.OO., Ramón Górriz, detalhou que esse aumento do salário mínimo profissional (SMI) não servirá como instrumento para ir fechando a brecha da pobreza e da desigualdade.
Em sua última reunião do ano, o governo de Mariano Rajoy deu luz verde a um aumento do SMI de 1%, o que o elevará dos atuais 648,60 euros mensais para 655,08 euros em 2016.
O que propõe (o governo) é seguir jogando sobre as costas dos trabalhadores mais desfavorecidos os efeitos da crise, declarou Górriz à agência estatal de notícias EFE.
Na sua opinião, o conservador Partido Popular (PP), que governou nos últimos quatro anos, não leu bem os resultados das eleições gerais do dia 20 de dezembro, no qual os cidadãos votaram contra as políticas de austeridade e os cortes de despesa pública, recordou.
O dirigente das CC.OO., uma das duas centrais operárias maioritárias, lamentou que o governo, em fim de mandato, siga com seu costume de governar via decreto ou por carta, ao não consultar previamente os setores sociais.
Tanto as Comissões Operárias como a União Geral de Trabalhadores, o outro grande sindicato espanhol, consideram que o aumento do salário de apenas sete euros impede a recuperação do poder de compra e não é coerente com o tão comentado cenário de recuperação econômica.
Ambas as associações exigiram um aumento de 11% cento no salário mínimo em 2016 (para 720 euros) e uma percentagem similar em 2017 (para 800 euros).
Explicaram que com esses aumentos, o salário mínimo se aproximaria a 60% do salário médio bruto, tal como recomenda a Carta Social Europeia assinada pela Espanha.
Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 29/12/2015