Siemens reduzirá 11.600 postos de trabalho para poupar um bilhão

O presidente da Siemens, Joe Kaeser, anunciou no início de maio um plano estratégico que devia preparar a maior companhia industrial da Europa para os desafios do século XXI. O plano, denominado Visión 2020, incluía uma reestruturação do quadro de comandos e uma concentração da atividade em torno de três áreas: eletrificação, automação e digitalização. Mas tinha um elemento que até agora não transcendia. Os novos rumos da Siemens passam por reduzir custos no valor de um bilhão de euros e cortar 11.600 postos de trabalho.

Em uma videoconferência em Nova York destinada a analistas e investidores, Kaeser explicou na quinta-feira (29/05) as linhas mestres da reestruturação de modelo. Dos 11.600 postos de trabalho que a Siemens quer eliminar, 7.600 proviriam do plano de reorganização anunciado no dia 7 de maio para reorganizar as atividades da companhia, que incluíam o reagrupamento das atividades em nove divisões diante das 16 atuais. Os 4.000 restantes serão supridos com o reagrupamento das atividades regionais, segundo informa a agência Bloomberg.

“Acreditamos que cerca de 20% dos trabalhadores que desempenham funções de coordenação e análise poderão ser recolocados. Poderão ser tirados do sistema porque o seu trabalho vai acabar”, afirmou o mais alto executivo da Siemens. Esses cortes no quadro de funcionários somam-se à eliminação de 15.000 empregos já prevista em um plano lançado no ano passado pelo antecessor de Kaeser, Peter Loescher.

A empresa, entretanto, não diz em quantas demissões implicarão os cortes e ressalta que Kaeser só disse quantos empregos serão afetados pelo novo plano. “A supressão de postos de trabalho não se traduz de forma automática em perdas de emprego. De fato, o plano Siemens 2014 anunciava a eliminação de 15.000 cargos em todo o mundo, mas o número total de empregados que deixaram a empresa foi de 4.000”, diz a empresa em um comunicado.

A Siemens possuía no último mês de março um total de 359.000 funcionários, dos quais 117.000 na Alemanha e 3.400 na Espanha. A empresa não explicou como cada país será afetado pelos cortes planejados.

Fonte: El País
Texto: Luis Doncel
Data original da publicação: 30/05/2014

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