Uma vez que o emprego e as condições de vida das mulheres são fundamentais para o desenvolvimento equitativo e sustentável da América Latina e do Caribe, é muito importante que os governos da região invistam na igualdade de gênero, diz o Informe Regional sobre o Trabalho Decente e Igualdade de Gênero: “Política para melhorar o acesso e qualidade do emprego das mulheres da América Latina e do Caribe”, lançado na quarta-feira (22).
Segundo o documento, as autoridades devem criar sistemas de proteção social, empregos decentes e incorporar o trabalho produtivo no exercício dos direitos das mulheres, que devem aumentar sua participação nas discussões dos modelos de desenvolvimento e na criação de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero.
O relatório aponta várias possibilidades de contribuição feminina para melhorar a qualidade de vida mundial. As mulheres que trabalham no campo, por exemplo, ajudam a aumentar a segurança alimentar. Se elas recebessem o mesmo salário que os homens, essa contribuição poderia ser ainda maior, já que uma quantidade maior de comida poderia ser produzida para alimentar mais 150 milhões de pessoas.
A estrutura de produção no campo não cria empregos de qualidade suficiente para as mulheres rurais e é fortemente ligada aos padrões tradicionais de gênero, o que gera acesso limitado à terra, condições laborais precárias e salários mal pagos, aponta o documento.
Segundo a consultora da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Solange Sanches do Prado, que fez a apresentação do relatório, “o desenvolvimento econômico dos países é essencial, mas não suficiente para promover a condição de igualdade. Os países precisam evoluir para um desenvolvimento inclusivo e sustentável em que o gênero se manifeste desde o início”, afirmou.
O relatório, produzido pela OIT em conjunto com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a ONU Mulheres, vem exatamente para ajudar as autoridades latino-americanas a desenvolver políticas públicas inclusivas, que fortaleçam a condição econômica das mulheres.
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Fonte: ONU Brasil
Data original da publicação: 23/01/2014