Salário mínimo sem aumento real traz efeitos negativos para economia, aponta Dieese

A partir do último dia 1º, foi instituído o novo salário mínimo nacional, de R$ 1.212. O valor, que representa uma alta de R$ 112 em relação aos R$ 1.100 vigentes ao longo de 2021, não apresenta um aumento real, sendo apenas corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

De acordo com informações do Dieese, o salário mínimo serve de referência para 56 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O salário mínimo regional serve de referência, sobretudo, para os trabalhadores do setor privado que pertencem a categorias não contempladas em acordos coletivos ou convenções, como domésticos.

O diretor adjunto do Dieese José Silvestre lembra que a política de valorização do salário mínimo foi interrompida no governo de Michel Temer (MDB) e segue sem avanços na gestão Bolsonaro (PL). “Entre 2003 e 2016, houve um ganho real efetivo do salário mínimo. É lamentável o fim dessa política, pois tinha efeitos positivos na economia do país”, afirmou a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.

“Existe um incremento em termos de renda na economia que chega a R$ 81 bilhões. Além disso, há outros R$ 44 bilhões que chegam aos cofres públicos, por meio de arrecadação tributária, por conta desse aumento do salário mínimo. Portanto, a política de valorização é um instrumento importante para a economia”, acrescentou o especialista.

O Dieese também aponta que o custo de cesta básica deve chegar a R$ 700 em São Paulo no mês de janeiro, portanto, o piso nacional conseguiria comprar apenas 1,73 cesta básica na capital paulista. “Houve o aumento da inflação no ano passado e nas camadas mais pobres essa elevação foi mais sentida”, lamentou Silvestre.

Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 03/01/2022

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