Eduardo Miguel Schneider
Em março, a ocupação diminuiu em quase todas as áreas metropolitanas pesquisadas [*], em comportamento típico para esse período do ano. Somente a Região Metropolitana de Recife registrou leve variação positiva de 0,1% no seu contingente de trabalhadores ocupados. Todas as demais áreas observaram retração no nível ocupacional: Salvador (-1,1), Distrito Federal (-1,1), Porto Alegre (-0,6), Fortaleza (-0,2) e São Paulo (-0,1).
A dinâmica conjuntural negativa da ocupação no espaço metropolitano brasileiro, usual nesse período, não logrou ser compensada pela saída de pessoas do mercado de trabalho em algumas regiões, tal como ocorreu no mês anterior. Assim, em março, a taxa aumentou em todas as áreas metropolitanas pesquisadas.
Nos últimos 12 meses, a tendência da taxa de desemprego total foi de relativa estabilidade nas regiões metropolitanas de Recife, São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza. Já na Região Metropolitana de Salvador, onde a taxa de desemprego é a maior entre as regiões investigadas, a taxa logrou diminuição na base de comparação anual.
Em fevereiro, o rendimento médio real dos ocupados reduziu na maioria das regiões pesquisadas. Houve aumento somente nas regiões metropolitanas de Recife (1,4%) e de Fortaleza (1,0%). Em termos de valores absolutos, o Distrito Federal registrou o maior rendimento (R$2.712) e Fortaleza o menor (R$1.214).
Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de declínio na maior parte das regiões, com destaque para a diminuição registrada nas regiões metropolitana de São Paulo (-6,3) e de Porto Alegre (-6,2%). Nesta base de comparação, houve aumento do rendimento apenas nas regiões metropolitanas de Salvador (2,6%) e Recife (1,4%). Nos últimos 12 meses findos em fevereiro último, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou três das cinco regiões metropolitanas. Houve aumento da massa de rendimentos nas regiões metropolitanas de Salvador (1,7%) e de Recife (0,9%); em ambas esse movimento foi determinado pelo aumento dos rendimentos, já que a ocupação registrou retração no período. As demais regiões metropolitanas registraram diminuição da massa de rendimentos: Porto Alegre (-8,5%), São Paulo (-6,5%) e Fortaleza (-2,9%). A redução dos rendimentos pesou desfavoravelmente para a retração na massa de rendimentos nestas três áreas. Nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e São Paulo a diminuição do nível ocupacional concorreu com a queda de rendimentos na explicação da diminuição da massa de rendimentos.
Maiores informações: https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html
Nota
[*] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).