O relatório da Organização Internacional do Trabalho sobre o salário global divulgado na quinta-feira (04/12), afirmou que os salários estão desacelerando no mundo, com exceção da China, que registrou uma alta de 6%.
Segundo o documento, a tendência é de estagnação. Os especialistas da agência alertaram que o pouco progresso alcançado nos últimos dois anos veio, em sua maioria, das economias emergentes.
Brasil
Entre 2012 e 2013, o aumento real do salário médio mundial, descontando a inflação foi de 2%, comparado com o período anterior à crise, onde a alta foi de 3%.
O vice-diretor do escritório da OIT em Nova York, Vinícius Pinheiro, falou à Rádio ONU sobre a situação do Brasil.
“Em relação ao Brasil, o relatório mostra justamente que as políticas salariais implementadas representaram 72% da melhoria em relação à desigualdade de renda. Então, as políticas de valorização do salário mínimo e também de crescimento em relação ao salário médio na última década, facilitaram uma melhoria em relação à distribuição de renda.”
Pinheiro disse que o relatório mostra ainda que nos últimos anos há, também, uma tendência de estagnação do salário médio no Brasil. Apesar disso, o documento diz que países como Brasil e Rússia conseguiram reduzir as diferenças salariais desde o último relatório divulgado em 2012.
Situação
Na Ásia, a OIT cita também o avanço de outros países, além da China, como Vietnã e Camboja. A área da Zona do Euro teve crescimento “zero” durante esse período. Para reverter a situação, a organização sugere políticas de valorização do salário mínimo, fortalecimento da negociação coletiva, promoção do emprego e redução da discriminação e das diferenças salariais, principalmente entre as mulheres e os trabalhadores migrantes.
Fonte: Rádio ONU
Texto: Edgard Júnior
Data original da publicação: 04/12/2014