Eduardo Miguel Schneider
Após declinar no primeiro trimestre, o nível ocupacional permaneceu estável em abril. Foram apenas 6 mil trabalhadores a menos na condição de ocupados – significando uma variação de 0,0%. Entraram no mercado de trabalho 24 mil pessoas neste último mês (0,1%). Esses dois movimentos somaram-se para determinar um aumento de 30 mil pessoas no número de desempregados, que passou a totalizar 2,3 milhões de trabalhadores nessa condição no conjunto das seis áreas metropolitanas pesquisadas [*].
A taxa de desemprego no espaço metropolitano brasileiro apresentou relativa estabilidade, ao passar de 11,0% da PEA (População Economicamente Ativa) em março para 11,1% em abril. Depois de crescer no primeiro trimestre, em trajetória usual para o período, essa estabilidade no último mês sugere o esboço de reversão do movimento até então observado neste ano. De fato, sazonalmente, o nível ocupacional cresce no segundo semestre do ano.
Também a tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira foi de relativa estabilidade; em abril de 2013 a taxa havia sido de 11,2% da PEA. Essa estabilidade do patamar geral de desemprego nas áreas metropolitanas não se distribuiu homogeneamente nas regiões pesquisadas, mas foi resultado da redução do desemprego em Salvador, Fortaleza e Porto Alegre, relativa estabilidade em São Paulo e Recife e aumento em Belo Horizonte.
O rendimento médio real dos ocupados aumentou 0,7% em março, encerrando o período em R$ 1.715. Também a tendência nos últimos 12 meses foi de crescimento nos rendimentos: entre março de 2013 e de 2014 aumentou 4,8%.
A massa de rendimentos dos ocupados, um importante indicador do potencial de consumo futuro da economia, aumentou 6,2% nos últimos 12 meses findos em março de 2013, resultado do aumento do rendimento médio e, em menor medida, do nível de ocupação.
Mais informações: https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html
Nota
[*] Regiões metropolitanas onde é realizada a pesquisa: Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).