O coordenador de atendimento sindical do Dieese, Airton Santos, comentarista para o mundo do trabalho da Rádio Brasil Atual, disse na terça-feira (26/05) que plano defendido pelas centrais sindicais para o setor da metalurgia – que prevê a redução da jornada de trabalho em 30% e dos salários em 15% – é uma alternativa válida para evitar demissões em massa, mas espera que a sua aplicação seja breve e torce pela recuperação do quadro econômico e a normalização do emprego.
Em carta enviada à presidente Dilma Rousseff, na semana passada, CUT, Força Sindical e UGT sugerem que a medida seja aplicada por um período de ao menos 12 meses.
Airton diz que o impacto da desaceleração econômica no mercado do trabalho surpreendeu pela rapidez e que o fato acendeu uma luz amarela no movimento sindical que visa, com esse plano de redução de jornadas e salários, a evitar o aumento do desemprego.
“É melhor perder 15% do salário do que perder 100%”, frisa Airton, que lembra que a proposta não é nova e vendo sendo defendida pelas centrais desde a crise de 2008, quando o emprego também foi prejudicado.
Apesar de a proposta ser inspirada em casos bem sucedidos na Alemanha, Airton faz questão de ressaltar as diferenças entre o padrão de salário e o nível de seguridade social do trabalhador alemão e do trabalhador brasileiro.
“(Cerca de) 70% dos trabalhadores brasileiros ganham até dois salários mínimos. Quando você tira 15% de salário, é um peso razoável. Mas é uma situação que, nessa altura do campeonato, não podemos fugir”, analisa o coordenador do Dieese.
Outro alerta que faz Airton é para o risco de oportunismo das empresas, que podem se aproveitar da medida, mesmo sem a necessidade de reduzir a produção, apenas para aumentar seus lucros com a diminuição dos salários.
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Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 26/05/2015