Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eduardo Fagnani, as propostas do candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), quanto ao futuro da Previdência Social e os direitos à aposentadoria, representam um risco aos trabalhadores. Em seu programa de governo, o candidato do PSL além de defender reformas no atual modelo, propõe a introdução de um sistema com contas individuais de capitalização, em outros termos, a privatização da previdência.
“O Estado não contribui, o empresário não contribui e a única pessoa que contribui é o próprio beneficiário, que vai ter uma conta individual, como se fosse um plano de saúde, se você ficar desempregado durante um ano ou não puder pagar, você perde uma parte ou a totalidade dos direitos”, adverte o professor em entrevista à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal, da TVT, acrescentando que esse de regime vai liberar ainda às instituições financeiras fazer aplicações de riscos com o dinheiro dos trabalhadores.
A privatização da previdência, defendida por Bolsonaro, assemelha-se ao modelo adotado na década de 1980, no Chile, durante a ditadura de Augusto Pinochet. Passados mais de 30 anos, a prática foi reconhecida como insustentável, com mais de 90% dos aposentados recebendo o equivalente a menos de R$ 700, uma situação ainda mais precária que a brasileira, em que 68% dos aposentados ganham um salário mínimo, de R$ 945 reais.
Segundo o professor, umas das principais questões que precisam ser enfrentadas no regime brasileiro é o combate aos privilégios de alguns extratos sociais, como juízes, já que, em média, os trabalhadores recebem um pagamento em torno de R$ 1.400. Além disso, Fagnani propõe um aumento na arrecadação, pela criação de empregos, para dar conta das despesas e a manutenção dos direitos constitucionais, como defende o candidato Fernando Haddad (PT) em seu plano de governo, em que destaca a rejeição às reformas neoliberais.
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Fonte: RBA
Data original da publicação: 11/10/2018