Pobreza e exclusão social atingem 125 milhões de europeus

A Bulgária, com quase metade da população (49%), e a Romênia (42%) são os países onde a tragédia social é maior, e a Grécia é a nação que mais sofreu com a intervenção da troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia): o seu nível de pobreza e exclusão social subiu de 28,1 em 2008 para 31% em 2011 e 34,6% (4 milhões de pessoas) em 2012.

Os efeitos da intervenção da troika em Portugal começam a se sentir mais lentamente: se o nível de pobreza desceu de 26% para 24,4% entre 2008 e 2011 (ano do início da tutela estrangeira), voltou a subir nos dois últimos anos, para 25,3% em 2012, prevendo-se maior degradação ainda nos dados de 2013. Se, em 2011, Portugal estava apenas 0,1 pontos percentuais acima da média europeia, a distância aumentou para 0,5 pontos no primeiro ano de intervenção estrangeira com a colaboração do governo de Passos Coelho.

A pobreza e a exclusão social nos países da União Europeia está subindo ininterruptamente desde 2008, ano em que o risco era de 23,7%. Cresceu para 24,3% em 2011 e 24,8% em 2012.

Os países onde a situação é mais grave são os que tinham economias mais frágeis nos tempos da órbita soviética e foram sujeitos ao choque da transição brusca da economia planificada para a doutrina neoliberal, uma transformação considerada exemplar em Bruxelas. A Bulgária passou de 44,8% para 49,3% entre 2008 e 2012 e a Romênia de 40,2% para 41,7%.

As estatísticas dos países sujeitos a troikas ou a medidas cruéis de austeridade, ditas “ajustamentos estruturais”, refletem essas políticas em termos de pobreza e exclusão social.

Além das situações de Portugal e da Grécia, a Irlanda sofreu um aumento de pobreza de 23,7% para 29,4% entre 2008 e 2012; em Chipre, a variação foi de 23,3% para 27,1% no mesmo período. Na Espanha subiu de 24,5% para 28,2% (13 milhões de pessoas) e na Itália, considerada a terceira maior economia da Europa, aumentou de 25,3% para 30%, quase um terço da população. 18,2 milhões de pessoas encontram-se em situação de pobreza.

O eixo franco-alemão, considerado o elemento de sustentação da União Europeia, acumula 28 milhões de pessoas em risco de pobreza e exclusão social, correspondentes a 19,6% da população (16 milhões) na Alemanha e 19,1% (12 milhões) na França. Ambos os países registam ligeiras baixas de percentagem de 2011 para 2012, enquanto a pobreza cresceu na casa dos 27%. Os dados de 2012 não incluem ainda a Croácia.

Fonte: Esquerda.net, com Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu, com ajustes
Data original da publicação: 05/12/2013

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