Trabalhador que contribuiu por 45 anos com 10% de seu trabalho, a aposentadoria integral permitia a ele apenas 9,40 anos de benefício. Se esgotaria aos 74,4 anos.
Fonte: GGN
Data original da publicação: 31/05/2019
Vou pegar o modelo de cálculo do dileto amigo, professor Dutra Vieira Sobrinho, e avançar em mais algumas simulações sobre o regime de capitalização.
Uma pessoa que trabalhasse por 45 anos, se aposentasse aos 65 anos, mas ficasse 10 anos na informalidade, e aceitasse receber apenas 50% do salário como benefício, ainda assim o saldo se esgotaria aos 77 anos.
Os cálculos
Trabalhei com as seguintes hipóteses:
1. Entrada no mercado: 20 anos
2. Sai com 65 anos. Portanto contribui por 45 anos.
3. Na linha, os valores de contribuição sobre o salário.
4. Na coluna, o valor da aposentadoria, em relação ao salário médio recebido.
5. Remuneração de 3% reais ao ano (isto é, acima da inflação).
A tabela é para ser lida assim:
Trabalhador que contribuiu por 45 anos com 10% de seu trabalho, a aposentadoria integral permitia a ele apenas 9,40 anos de benefício. Se esgotaria aos 74,4 anos.
Se se contentasse com 80% da aposentadoria, o saldo chegaria até os 76,75 anos.
Se aceitasse 50% da aposentadoria, o valor daria para chegar aos 83,80 anos.
Mas se está falando de um trabalhador que conseguiu manter os pagamentos por 45 anos.
Não é a realidade do mercado de trabalho brasileiro, em que, em sua vida útil, os trabalhadores convivem com informalidade e desemprego.
Vamos a algumas simulações levando em conta o tempo de não contribuição.
Se ele passou 10 anos, dos 45 anos de vida ativa, na informalidade, ou desempregado, 100% do salário só lhe permitiria chegar até os 71,13 anos.
Se receber metade do salário (imagine alguém que tenha contribuído pelo mínimo), e aceitar 50% para a aposentadoria, ainda assim o saldo só lhe permitiria chegar aos 77,26 anos – ou apenas 12 anos de benefícios.
Ainda há muita interrogação no ar.