Seis centrais sindicais divulgaram nesta sexta-feira (2) nota em que criticam a proposta orçamentária para 2023, que “sintetiza algumas das inúmeras das mentiras anunciadas pelo governo de Jair Bolsonaro”. As centrais destacam que a peça encaminha ao Congresso inclui, por exemplo, redução do valor do auxílio emergencial e mais uma vez não prevê aumento real para o salário mínimo. Para os dirigentes, a peça encaminhada ao Congresso
O Auxílio Brasil, por exemplo, foi implementado com fins “eleitores”, afirmam os sindicalistas. Eles ressaltam não serem contrários ao benefício, mas lembram que – além da preocupação do atual presidente em se manter no cargo – o valor médio já está “depreciado pela inflação. Além disso, cairá de R$ 600 para R$ 400 a partir de janeiro. Ou seja, o atual valor é apenas para o atual mandato.
Política de valorização
“Além disso, o salário mínimo, pelo quarto ano seguido, é reajustado abaixo da inflação, prejudicando a grande maioria do povo trabalhador e também os aposentados e pensionistas”, acrescentam as centrais. A política de valorização do piso nacional foi conquistada no primeiro mandato do governo Lula. O mínimo teve reajustes sistemáticos acima da inflação de 2003 a 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff. Apesar da interrupção dessa política, conseguiu superar a inflação nas duas últimas décadas. Segundo o Dieese, o reajuste acumulado é de 506%, para um INPC-IBGE de 239,1%. Ganho real de 78,7% desde 2003, concentrado nos governos Lula e Dilma.
Os sindicalistas afirmam ainda que o governo não alterou a política de preços da Petrobras. Assim, “tira recursos da saúde, da educação, da segurança, da pesquisa, dos salários dos servidores públicos, para pagar os preços exorbitantes dos combustíveis e continuar enchendo os bolsos dos acionistas”.
Tabela do IR
A nota critica ainda a falta de correção da tabela do Imposto de Renda, além de informações falsas sobre pobreza e fome. E conclui com referência ao processo eleitoral: “Essas e as inúmeras outras mentiras precisam acabar. A sociedade tem nas suas mãos essa decisão em outubro”.
Confira a íntegra da nota.
O governo Pinóquio
A proposta de Orçamento Federal encaminhada para 2023 sintetiza algumas das inúmeras mentiras anunciadas pelo governo de Jair Bolsonaro como salvação para os graves problemas da pobreza, da fome e da necessidade de geração de empregos com direitos constitucionais.
Já se sabe que o atual Auxílio Emergencial foi implementado com objetivos eleitoreiros. Não contestamos a importância do Auxílio para quem precisa, ao contrário. Mas é preciso ficar claro o que mais está por trás desta medida, além da intenção do presidente em se manter no cargo.
Na proposta de Orçamento o valor médio do Auxílio, já depreciado pela inflação que ultrapassa 10% e pelo alto custo dos alimentos, cairá para R$ 400,00 a partir de janeiro de 2023.
Além disso o salário mínimo, pelo quarto ano seguido, é reajustado abaixo da inflação, prejudicando a grande maioria do povo trabalhador e também os aposentados e pensionistas. Importante notar que o custo de vida para quem ganha os menores salários é três vezes mais alto que a inflação média. E ainda que o governo Bolsonaro acabou com a política de valorização do salário mínimo conquistada em 2006 com a pressão das centrais sindicais.
Ou seja, os trabalhadores ficarão mais um ano sem a correção da tabela do imposto de renda que acumula uma perda de mais de 147%.
O governo mantém os subsídios dos combustíveis, não alterando a política de preços da Petrobras. Dessa forma tira recursos da saúde, da educação, da segurança, da pesquisa, dos salários dos servidores públicos, para pagar os preços exorbitantes dos combustíveis e continuar enchendo os bolsos dos acionistas da Petrobras. Já os caminhoneiros e taxistas ficaram sem o auxílio combustível.
O presidente candidato Bolsonaro mente sem parar sobre a fome, sobre a pandemia e as mortes, sobre o custo de vida, sobre a economia e o desemprego. Trata-se de uma tragédia sem precedentes em todas as áreas. O Brasil é hoje vergonha para o mundo.
Essas e as inúmeras outras mentiras precisam acabar. A sociedade tem nas suas mãos essa decisão em outubro.
São Paulo, 02 de setembro de 2022
- Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
- Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
- Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
- Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
- Oswaldo Augusto de Barros, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
- Alvaro Egea, Secretário-Geral da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 02/09/2022