A Grécia é – seguida de perto pela Hungria – o país onde há mais desigualdade de gênero na União Europeia, enquanto na Suécia e na Dinamarca é onde há menos, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (12/10) por uma agência do bloco.
O estudo, publicado pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Gêneros, classifica os países da UE em uma escala de 0 a 100 pontos, com base no acesso que homens e mulheres têm em relação a poder, dinheiro, trabalho, tempo, conhecimento e saúde. O levantamento mostra diferenças significativas entre os 28 países da UE.
O “poder” permanece o domínio menos igual dentro do bloco: na Hungria, cargos ministeriais têm sido quase que exclusivamente preenchidos por homens, e apenas uma em cada dez parlamentares eleitas é mulher. Enquanto na Suécia existe um equilíbrio quase completo neste quesito.
A nível europeu, as diferenças entre os sexos são menos evidentes na categoria “dinheiro” (79,6 pontos) do que nas outras cinco categorias. Somente na questão “saúde” (87,4 pontos) há mais igualdade na Europa.
No entanto, os autores do estudo veem valores alarmantes na categoria “dinheiro”. O resultado mostrou uma diferença de gênero de salário de 20% entre os sexos. A diferença seria até duas vezes maior no caso de mães, especialmente mães solteiras. Além disso, as mulheres também são muito mais afetadas pela pobreza na velhice, já que a diferença em relação à aposentadoria é de 40%.
O relatório também analisou a igualdade de gênero em áreas como mídia, ciência e esportes: duas vezes mais mulheres do que homens estudam jornalismo, mas apenas uma em cada cinco posições de liderança em emissoras públicas é ocupada por mulheres.
Para Vera Jourova, comissária da UE responsável por igualdade de gênero, as estatísticas contam uma “triste história” de estagnação e lento progresso dentro do bloco.
A Alemanha ocupa o 12º lugar, com uma pontuação de 65,5 pontos e, portanto, bastante próxima da média da UE (66,2).
O relatório aponta que entre 2005 e 2015 houve progressos em quase todos os países da UE, quando a média do índice aumentou de 62 para 66,2 pontos em toda a Europa.
No entanto, o instituto avalia negativamente os resultados do estudo, ressaltando ter havido poucos avanços nos últimos dez anos. Segundo os autores, os Estados-membros tiveram possibilidades de realizar progressos, e muitos obstáculos ainda precisam ser derrubados no caminho para a igualdade.
Fonte: Deutsche Welle
Texto: Daniel Bellut
Data original da publicação: 12/10/2017