Representantes de empresas, embaixadas, da sociedade civil e do movimento LGBT se reuniram em Brasília entre os dias 7 e 10 de novembro para debater a “Garantia de Acesso ao Trabalho da População LGBT, com Foco nas Travestis e Transexuais”. O evento foi promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Campanha Livres & Iguais da ONU , durante a 1º Semana da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF).
A membro do Coletivo Afrobixas, Madu Krasny, relatou as dificuldades enfrentadas no mercado profissional. “Depois da transição eu cheguei a ser chamada para duas entrevistas de emprego, mas em ambas eu não consegui o trabalho por ser trans”. O relato acabou sensibilizando representantes da Cirandinha, loja especializa em roupas e artigos para bebês em Brasília, que contratou Madu na hora.
Mas a sorte de Madu é exceção. A assistente de Direitos Humanos da ONU, Maria Eduarda Dantas, explicou que o estigma e a discriminação sofrida pelas pessoas LGBT no mundo do trabalho influenciam nos níveis de eficiência e produção, no bem-estar laboral e no próprio acesso ou permanência nos empregos.
Para o Presidente da Comissão de Direitos Fundamentais Luiz Gama, Alisson de Sousa Lopes, é importante fomentar a discussão sobre o acesso desta população ao mercado de trabalho dentro das escolas. “Como podemos esperar que esse debate aconteça dentro do mercado de trabalho se nas próprias instituições de ensino não se fala nisso?”, questionou. Lopes lembrou ainda que os maiores índices de evasão escolar ocorrem entre as populações negras e LGBT, como resultado da discriminação.
A “Livres & Iguais” é um projeto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) implementado em parceria com a Fundação Purpose para promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e foi lançada no Brasil em 2014
Fonte: ONU Brasil
Data original da publicação: 24/11/2016