
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) participou na segunda-feira (7) na sede da Organização Internacional do Comércio (OMC), em Genebra, do lançamento do Dia Mundial do Algodão.
A criação da data atende a pedido feito às Nações Unidas pelo Cotton-4, grupo de países africanos produtores de algodão formado por Benin, Burkina Faso, Chade e Mali. O objetivo é promover uma reflexão sobre a importância do algodão para a economia global.
A comemoração também é apoiada por Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Centro Internacional de Comércio (ITC) e Comitê Consultivo Internacional para o Algodão (ICAC).
Em seu discurso, o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, destacou que o algodão é produzido em 75 países e que a fibra é fundamental para a estabilidade econômica e a criação de empregos nessas nações.
“O algodão sustenta milhões de agricultores e comerciantes em todo o mundo. A criação do Dia Mundial do Algodão é um reflexo da importância dessa commodity, em vários níveis”, disse Azevêdo.
“Espero que o Dia Mundial do Algodão sirva de plataforma para reunir as comunidades do algodão, o comércio e o desenvolvimento e inspire novas iniciativas que beneficiem os produtores e o comércio em todo o mundo”, acrescentou ele.
A delegação do Brasil foi representada pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, por representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e do corpo diplomático brasileiro.
Segundo a ministra, o Brasil desenvolve diversas iniciativas de cooperação na área do algodão. Ela citou o projeto Cotton-4 desenvolvido com os países da África, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento do setor por meio do aumento da produtividade, da geração da diversidade genética algodoeira e do controle biológico de pragas.
“O PIB da cadeia produtiva do algodão do Brasil é cerca de 74,11 bilhões de dólares, considerando as vendas de produtos de confecção. A cadeia gera emprego e renda para 1,1 milhão de trabalhadores. Em 20 anos, a produção nacional de algodão cresceu 226% e, na safra 2017-18, o Brasil colheu 2,2 milhões de toneladas de pluma, ou 11% da produção mundial”, destacou a ministra, acrescentando que a participação brasileira no mercado internacional de algodão totaliza 10% das exportações mundiais.
Também participaram do evento representantes do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABRAPA). Com um estande no evento, a ABC apresentou 52 iniciativas de cooperação técnica em cotonicultura. O diretor-adjunto da ABC, embaixador Demétrio Bueno Carvalho, apresentou os resultados dos projetos brasileiros de cooperação técnica em um dos eventos paralelos da conferência.
“Atualmente, o Brasil coopera com 15 países da África, por meio da cooperação técnica Sul-Sul bilateral e trilateral com organismos internacionais. Nossa atuação vai, contudo, além da África para incluir seis países da América Latina e um do Caribe. Hoje, podemos dizer, com orgulho que realizamos avanços concretos”, afirmou Carvalho.
A OIT desenvolve o “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina” com a ABC e o IBA. O objetivo do projeto é promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em cinco países produtores da fibra: Paraguai, Peru, Mali, Moçambique e Tanzânia.
“A OIT acredita que o primeiro dia mundial do algodão foi uma oportunidade incrível para discutir a sustentabilidade da produção desta commodity que afeta a vida de milhares de famílias em todo o mundo e de como podemos, conjuntamente, países, empregadores, trabalhadores e todos os envolvidos no setor, promover o trabalho decente não só na produção do algodão, mas em toda a sua cadeia de valor”, disse Fernanda Barreto, coordenadora do Programa de Cooperação Sul-Sul do escritório da OIT no Brasil.
Fonte: ONU Brasil
Data original da publicação: 09/10/2019