O Movimento feminista e a questão da perspectiva de classe: um estudo sobre a greve internacional de mulheres de 2017

Autora:Lucimara dos Reis Pinheiro
Orientador:Maria Lúcia Duriguetto
Ano:2021
Tipo:Dissertação de Mestrado
Instituição:
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Faculdade de Serviço Social. Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Repositório:UFJF
Resumo:No presente estudo buscamos, inicialmente, apreender os processos de luta e afirmação política do sujeito coletivo mulher, visando conferir sentido histórico a esta apreensão. Nossa opção foi vincular esses processos de tomada de consciência de si e das relações sociais que determinam suas condições de existência, de forma material e simbólica, vinculados que estão às dinâmicas que constroem as lutas da classe trabalhadora. Isto posto, evidenciamos que observamos limites em nossas análises. Limites que não permitem, neste estudo, abarcar construções históricas anteriores ao processo de acumulação capitalista, onde, de forma diferenciada, as relações sociais alicerçadas por outras bases materiais se deram trazendo subjetivações e construções relacionais outras para as mulheres e suas existências. No percurso aqui proposto, observamos o processo dialético, diante de uma construção vivida e dimensionada por sobrevivência, assunção a direitos e dentro de uma ordem econômica, social e política. Neste caminhar, buscamos as trilhas para pensar a práxis feminista contemporânea e suas ligações inequívocas com a dinâmica da luta de classes. Entendendo o movimento feminista como um importante elemento da luta antissistema, vislumbramos em sua práxis contribuição teórica fundamental para a construção da teoria social crítica. Em acordo com essas proposições, observamos seu processo de afirmação enquanto movimento vivo no tecido social. Atravessamos o Atlântico para buscar compreender que a vivência das opressões e da exploração se dá de forma diferenciada e não dissociada do processo histórico em que os sujeitos sociais se inserem ou são inseridos. Observado isto, tratamos de analisar de forma crítica a Greve Internacional de Mulheres ocorrida em 8 de março de 2017. Entendemos este evento como um marco importante, no qual o movimento feminista se renova dialeticamente em suas proposições primeiras, retornando seu olhar para uma disputa de projeto político e civilizatório. Avançamos na procura do entendimento dos sofisticados mecanismos de dominação ideológica impostos pelo sistema capitalista e, a partir desse entendimento, corroboramos a tese de que o movimento feminista formula para o avanço do grau de consciência e mobilização da classe. De forma mais acurada, nos ateremos à construção da Greve Internacional de Mulheres de Juiz de Fora em 2017. Mesmo sabendo dos possíveis problemas advindos da proximidade temporal e do nosso envolvimento direto com o objeto estudado, ainda assim, nos propomos a contribuir na formulação de material para a construção da história dos movimentos sociais feministas de Juiz de Fora. Em momentos de ofensiva do capitalismo ultraliberal, perceber a movimentação de resistência das mulheres na defesa de seus direitos, e nesse processo, de elevação de consciência do conjunto de sua classe nos parece fundamental para pensarmos estratégias de combate à questão social, percebendo a sofisticação dos mecanismos de controle ideológico do capital nas mediações discriminatórias que gênero e raça produzem no interior da classe trabalhadora.
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