O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda cresceu 52,6% entre 2003 e 2015. Entre os trabalhadores de cor branca, o crescimento foi de 25%.
O expressivo crescimento verificado nos últimos 13 anos, período que engloba os governos Lula e Dilma Rousseff, porém, não foi suficiente para reverter o quadro de desigualdade racial.
Anunciados nesta quinta-feira 28 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
Os trabalhadores ocupados de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2015, 59,2% do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. O IBGE destacou, porém, o fato de que, em 2003, o percentual não chegava à metade (48,4%).
O levantamento foi realizado em seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) e entrevistou 120 mil pessoas em 45 mil domicílios.
A maior disparidade entre os rendimentos de brancos e negros observou-se na região metropolitana de Salvador, onde os trabalhadores pretos ou pardos recebem apenas 48% dos rendimentos dos brancos. Em 2003, o índice era ainda menor, só 32,3%. A diferença fica mais gritante quando se considera que Salvador é a cidade com maior número de negros e pardos no Brasil, quase 80% da população do município, segundo dados do Mapa da População Preta e Parda do Brasil, divulgados em 2010.
A PME produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem avaliar as flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, do mercado de trabalho, nas suas áreas de abrangência. Trata-se de um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura econômica sobre esse mercado, além de atender a outras necessidades importantes para o planejamento socioeconômico do País.
Fonte: Carta Capital
Data original da publicação: 28/01/2016