Esse livro do sociólogo Sadi Dal Rosso aparece em um momento delicado da política econômica brasileira, no qual se desfecham ataques devastadores sobre o trabalho e a previdência social, e desempenha um papel crítico contra a destruição de condições de trabalho, construídas durante décadas de lutas sociais pelos trabalhadores.
Ao iniciar pelos países ricos, passando pelos países de rendimentos médios e até mesmo países empobrecidos que organizam seus negócios por meio de empresas vinculadas ao processo de globalização, a flexibilidade ganha terreno nas mais diversas esferas da organização do trabalho, no emprego, na repartição das tarefas, na qualificação profissional até na divisão das horas de trabalho.
O autor contempla o estudo e a crítica da flexibilidade aplicada à distribuição das horas laborais, em primeiro lugar, por ser um fenômeno observável na organização do trabalho cotidiano e, em segundo, porque relaciona a distribuição flexível com a teoria do valor, a teoria mais crítica da relação entre trabalho e capital. Apresentada inicialmente como medida em favor dos trabalhadores, representa um ardil, pois na realidade atende centralmente à necessidades do capital, de outro modo não seria empregada nas atividades econômicas, e transparece nas desigualdades contidas nas categorias de gênero, idade, cor e raça, amplamente exploradas nesta obra.
(texto extraído do site da editora)
Informações
Título: O ardil da flexibilidade: os trabalhadores e a teoria do valor
Autor: Sadi Dal Rosso
Editora: Boitempo
Ano: 2017
Onde encontrar: A obra pode ser adquirida diretamente de sua editora, em livrarias, como Livraria Cultura e Saraiva, ou em sebos cadastrados no site Estante Virtual, entre outros.