Começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2014 a nova tabela do Imposto de Renda deduzido na fonte. Os valores foram corrigidos em 4,5% em relação aos de 2013. Este é o 18º ano seguido que a tabela sofre reajuste abaixo da inflação no país, o que prejudica o poder de compra dos trabalhadores. A defasagem no período chega a 66%.
Em dezembro, o IPCA-15 – prévia da inflação oficial no país – mostrou que a alta acumulada deve ficar em torno de 5,85% em 2013. O valor é bem superior ao centro da meta de inflação estipulada pelo governo, de 4,5%, que é usada como referência para o reajuste da tabela do IR na fonte.
Os preços, no entanto, têm subido mais do que esse patamar desde 2010. E, para 2014, as projeções se mantêm elevadas. Segundo o último relatório Focus, do Banco Central, o mercado espera aumento de 5,97% para a inflação no próximo ano.
Na prática, a correção percentual da tabela do IR menor do que o avanço do índice oficial de preços faz com que a inflação sirva de instrumento para ampliar a imensa carga tributária no Brasil.
Por conta disso, o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) quer apresentar um projeto de lei que pretende diminuir a diferença entre a correção da tabela do IR e a inflação dos últimos anos. “Já temos apoio de quatro deputados que levarão o projeto à votação em 2014”, diz Pedro Delarue, presidente do Sindifisco.
De acordo com João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, a entidade também vai manter seus esforços em 2014 para que o governo adote uma nova fórmula de correção.
Mudanças
De acordo com a nova tabela do IR, ficam isentos do pagamento os trabalhadores que recebem até R$ 1.787,77 mensais – atualmente ficam liberados da cobrança quem ganha até R$ 1.710,78.
Fonte: JCNET, com Folha de São Paulo
Texto: Anderson Figo
Data original da publicação: 29/12/2013