O salário médio das mulheres é inferior aos dos homens em quase todas as profissões nos Estados Unidos e essa renda é particularmente menor entre as mulheres latinas, aponta um estudo divulgado na terça-feira (08/05) pelo Institute for Women’s Policy Research (Instituto de Pesquisa de Políticas para a Mulher).
Intitulado “The Gender Wage Gap by Occupation and by Race and Ethnicity” (As Diferenças de Gênero por Ocupação, Raça e Etnia, em tradução livre), o documento mostra que, em relação aos homens, as mulheres têm salário semanal médio superior em apenas 3 de 112 áreas de trabalho. Em 2013, a média de renda semanal da mulher foi de US$ 706, em comparação aos US$ 860 ganhos pelos homens.
A análise também aponta que tal discrepância por gênero tem impacto particularmente negativo para as mulheres que trabalham em ocupações femininas mais mal pagas, como auxiliares de enfermagem, empregadas domésticas e garçonetes. Nesses casos, até mesmo o trabalho em tempo integral pode deixá-las com lucro no limiar da pobreza federal. Esses “salários de pobreza”, ressalta o relatório, são particularmente comuns para as mulheres latinas.
Além disso, o documento revela que as mulheres latinas e negras são quase duas vezes mais propensas a trabalhar no setor de serviços, se comparadas às brancas. Comparativamente, as latinas têm o menor rendimento médio semanal, com o valor de US$ 541. Isso representa US$ 65 a menos do que negras em média ganham e US$ 181 a menos do que as brancas recebem no país no mesmo período.
A situação é mais crítica em três áreas: manufatureira, transportes e mudanças – setores em que os ganhos médios de mulheres latinas são mais baixos do que o nível de pobreza federal para uma família de quatro pessoas. Estas três áreas empregam em tempo integral quatro em cada dez trabalhadoras latinas com um salário semanal de US$ 410.
Neste panorama, o estudo aponta que uma diferença salarial entre gêneros e etnias permanece latente mesmo após mais de 50 anos desde a Lei de Igualdade de Pagamento de 1963 e há exatos 50 anos desde a Lei de Direitos Civis de 1964. De acordo com as especialistas responsáveis pelo relatório, para melhorar os rendimentos e reduzir a lacuna de gênero de renda, as mulheres e suas famílias precisam redobrar esforços para garantir a contratação não discriminatória. Além disso, acrescentam que políticas públicas como o aumento do salário mínimo são importantes para auxiliar a renda destas trabalhadoras.
Na segunda-feira (07/04), o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou medidas executivas contra a discriminação salarial. O líder norte-americano ordenará às empresas que prestam serviço ao governo que não adotem represálias contra os trabalhadores que decidirem negociar indenizações por terem sido discriminados no salário, segundo a AFP.
Fonte: Opera Mundi
Data original da publicação: 08/04/2014