Convocados pelas centrais sindicais e movimentos sociais, trabalhadores e trabalhadoras realizaram na quinta-feira por todo o Brasil inúmeros atos, manifestações e caminhadas no Dia Nacional de Lutas com greves e mobilizações.
Dentre as bandeiras levadas para as ruas estão as reivindicações pelo fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40h semanais (30h para a saúde), reforma agrária, o combate à terceirização, entre outras. Todas elas contidas na Agenda da Classe Trabalhadora, aclamada na 2ª Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), em junho de 2010.
Sudeste
Em São Paulo, logo no início da manhã os trabalhadores fecharam a ponte Octávio Frias de Oliveira Santos. De lá, seguiram rumo à Avenida Paulista, onde a partir das 12h começou a concentração para o grande ato. Com camisetas, bonés, bandeiras, faixas e cartazes os manifestantes pedem que o Congresso Nacional coloque na pauta de votação projetos de lei que tramitam na casa há anos. O ato contou com a participação de servidores públicos, professores, metalúrgicos, motoboys, metroviários, marceneiros, trabalhadores dos Correios, do saneamento, bancários, entre outros.
No Rio de Janeiro as manifestações têm caráter pacífico e tiveram seu maior foco nas rodovias. Na rodovia BR 493, no acesso ao Trevo da Nuclep, em Itaguaí, cerca de mil manifestantes ocuparam os dois lados da pista para reivindicar mudanças. Eles atearam fogo em pneus e pedaços de pau em frente à sede da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal que fabrica cascos de submarino e equipamentos para plataformas de petróleo e para usinas nucleares.
Na região metropolitana do Espírito Santo, motoristas e cobradores aderiram a luta. Trabalhadores de 38 sindicatos paralisaram vias da região central da capital e de outras cidades. Pela manhã, começa um protesto na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), seguido por uma passeata.
Em Vila Velha trabalhadores fecham a estrada de Capuaba e, assim, interditam o acesso aos três terminais da região: Capuaba, CPVV (Companhia Portuária de Vila Velha) e o TVV (Terminal Portuário de Vila Velha). Em Aracruz, trabalhadores também participam de piquete na entrada de Portocel.
Em Minas Gerais, as manifestações mobilizam os sindicatos filiados às centrais de todas as categorias, nas principais cidades-pólo do Estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a grande manifestação foi na Praça Sete, na Capital, a partir das 8h.
Centro-Oeste
No Distrito Federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a sede nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir a retomada da reforma agrária. Para o MST, é preciso assentar 150 mil famílias acampadas, com a concessão de novos créditos. Também houve um protesto na Catedral de Brasília, seguido de passeata até o Congresso Nacional.
Em Goiânia, cerca de mil pessoas estiveram reunidas na Praça do Bandeirante, no centro. A Avenida Goiás, principal da cidade, foi ocupada por manifestantes. Um grupo de 200 pessoas ocupou a sede da reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis.
Norte e Nordeste
Na Bahia as rodovias BA-99 e BR-324 foram tomadas pelos trabalhadores. Durante a madrugada os rodoviários fizeram uma paralização interrompendo os serviços até às 8h. Após esse horário, o transporte público foi normalizado gradativamente.
Na Bahia, a manifestação central, convocada pelas centrais, saiu do Campo Grande, na capital Salvador, às 11h, rumo à Praça Municipal. Participaram diversas categorias e seus sindicatos, Bancários, Aplb- Sindicato, Comerciários, entre outras.
Por volta das 14h30, os manifestantes que saíram do Campo Grande sentido Praça Municipal começaram a deixar o local sob chuva forte. O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud) também aderiu ao Dia Nacional de Lutas.
Em Pernambuco, os protestos se concentram em Recife, no complexo industrial portuário de Suape, sendo que algumas vias federais foram ocupadas por manifestantes. A BR-232 está bloqueada no km 143 em frente a um assentamento do MST. Outras vias, como a BR-116, BR-428, BR-194 e BR-101, também estão ocupadas em alguns trechos. Atualmente estão fechados os dois sentidos da BR-428, na altura do Km 94, em Santa Maria da Boa Vista, e a BR-423, no KM 168, em Águas Belas.
Na Paraíba, ocorre a paralisação de urbanitário, trabalhadores da construção civil e servidores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), inclusive do hospital universitário, em João Pessoa. Também haverá protesto às 14h no parque Solon de Lucena, seguido de caminhada até o Palácio do Governo, em João Pessoa. Em Campina Grande, manifestação programada para ocorrer na Avenida Floriano Peixoto. Às 14h, outro protesto, na Praça da Bandeira.
O Amazonas também foi tomado por atos convocados pelas centrais sindicais. Ao todo, quatro avenidas foram bloqueadas durante a manhã. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), todos os 115 mil trabalhadores do PIM foram convocados para participarem da mobilização, o que preocupa a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) em virtude da possibilidade de queda de atividades industriais no polo.
Outro ponto bloqueado foi a entrada principal da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Professores, estudantes e integrantes da área administrativa da universidade aderiram ao protesto e pediram a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, melhores condições de trabalho, além do fim do fator previdenciário e das privatizações.
No Pará, cerca de 1500 manifestantes, entre representantes de centrais sindicais e movimentos sociais saíram em passeata, em Belém, ao longo de toda a manhã. Antes da passeata, representantes das oito centrais sindicais presentes na manifestação se reuniram por mais de uma hora com o prefeito Zenaldo Coutinho. Na ocasião, eles entregaram uma carta com reivindicações nacionais e regionais dos trabalhadores. Após ouvir os sindicalistas, o prefeito se comprometeu a responder as solicitações no próximo dia 26 de julho.
Em Alagoas, os trabalhadores tomaram a BR-104. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que foram interditadas as rodovias BR-101, nas alturas de Joaquim Gomes, Flexeiras, Messias, Novo Lino e Propriá. A BR-104 foi bloqueada no município de Murici. A BR-316 está bloqueada em Atalaia. Já no Sertão, manifestantes fecharam a BR-423 na cidade de Delmiro Gouveia.
No Sergipe, mais de três mil integrantes do MST realizaram atos nas principais estradas. A principal reivindicação é a reforma agrária. Na manhã desta quinta-feira foram fechados trechos das rodovias nas cidades de Carmópolis, Japaratuba, Propriá, Carira e Malhada dos Bois.
Sul
No Rio Grande do Sul, a circulação de ônibus intermunicipais na região metropolitana de Porto Alegre foi paralisada. Já os coletivos municipais irão funcionar com 50% da capacidade nos horários de pico e 30% no restante do dia, conforme determinado pela Justiça. Os trens não devem funcionar entre 5h30 e 8h30 e 17h30 e 20h30. Trabalhadores de escolas públicas e particulares e universidades foram convocados a aderir à paralisação, assim como funcionários de bancos e comércios – bancos dizem que vão abrir; Sindilojas orienta comerciantes a abrirem seus estabelecimentos.
No Paraná, houve paralisação dos ônibus municipais de Curitiba entre 15h e 19h. Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, paralisou por 24 horas. Estivadores de Paranaguá e Antonina paralisaram entre 7h do dia 11 até 7h do dia 12. Metalúrgicos de montadoras, professores e frentistas podem parar.
Em Santa Catarina, os funcionários de escolas, creches, postos de saúde municipais e da coleta de lixo de Florianópolis paralisaram. Houve protestos em Criciúma, Chapecó, Itajaí, onde estão previstos atos na BR-101 e na SC-470 a partir de 13h. A BR-101 também deve ser fechada no trevo de Criciúma, à tarde, e na ponta de Laguna. A BR-116 deve ser bloqueada em Correia Pinto, na Serra Catarinense. Estão programados dois atos públicos em Florianópolis.
Fonte: CTB
Data original da publicação: 11/07/2013