Com mais de 170 milhões de habitantes e um alto índice de crescimento populacional, o Banco Mundial calcula que a Nigéria precisa de criar entre 40 milhões e 50 milhões de empregos adicionais até 2030.
Segundo o órgão, para reduzir a pobreza e promover um crescimento mais inclusivo, esses postos de trabalho precisam de ser mais produtivos e fornecer rendas mais altas do que os empregos disponíveis no país atualmente.
Desafios
Três novos relatórios do Banco Mundial estão concentrados nesta “agenda desafiadora”. Os documentos mostram que “duas Nigérias” parecem estar a surgir: uma onde o crescimento alto e diversificado fornece mais oportunidades de emprego e renda; outra onde trabalhadores estão “presos” em atividades tradicionais de subsistência.
Divisão Geográfica
Os relatórios também mostram uma divisão geográfica, com o norte da Nigéria tendo índices baixos de acesso à educação e alto desemprego entre jovens em comparação com o sul do país.
De acordo com os estudos, a maioria dos jovens adultos na Nigéria está empregada, mas “presa a trabalhos de baixa produtividade e baixa renda, sem segurança no emprego ou no salário”.
Os documentos apontam que metade dos nigerianos está a trabalhar em pequenas propriedades agrícolas e outros 30% são autônomos em micro ou pequenas empresas familiares em vários setores.
Segundo o Banco Mundial, isso não é suficiente para sair da pobreza ou levar as suas famílias à classe média.
Soluções
Os relatórios pedem atenção a áreas essenciais para a agenda do país, como educação, competitividade e emprego, e oferecem algumas soluções.
Em primeiro lugar, o Banco Mundial destaca que a transição para empregos mais produtivos requer mais habilidades e que os nigerianos precisam de aprimorar as suas competências básicas. Segundo o órgão, cerca de 30% dos jovens não tem mais do que a educação primária.
Em segundo lugar, o Banco ressaltou a questão do setor privado, que gera empregos, mas o “crescimento das empresas é muito pequeno para absorver um grande número de nigerianos”.
Agricultura
Em seguida, o órgão afirmou que o foco na agricultura é “essencial”, pois o setor vai permanecer sendo o maior empregador “em um futuro previsível” e destacou a importância de aumentar a produtividade agrícola.
Os relatórios defendem ainda programas para “reduzir a volatilidade da renda” e também que ações “para identificar políticas adequadas de emprego sejam baseadas em dados confiáveis e análises rigorosas”.
Fonte: Rádio ONU
Texto: Laura Gelbert e Denise Costa
Data original da publicação: 16/03/2016