Trabalhadores da Corporação Nacional do Cobre (Codelco) e mineradoras privadas no Chile decretaram neste 9 de abril uma paralisação de 24 horas para exigir benefícios de trabalho e o que chamam de ”renacionalização” dessa indústria.
A greve foi convocada pela Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC) e a Federação Mineira de Chile (FMC), uma paralisação que consideram histórica, por ser uma ação conjunta com um dos grêmios da Codelco e com o sindicato das empresas privadas.
No último dia 15 de março, a FTC anunciou que a greve nacional seria realizada em todas as jazidas da Codelco contra um processo de “privatização encoberta”, entre outras razões.
Segundo informou o grêmio, a paralisação dos trabalhos durante 24 horas foi decidida “pelo cansaço perante a prepotência, arrogância e ineficiência descarada dos executivos com os trabalhadores e com o país”.
O chamado à greve foi anunciado depois de um congresso extraordinário do sindicato, que chegou a essa determinação para repudiar e exigir mudanças e retificações a um conjunto de situações que afetam os trabalhadores da Codelco.
“Quando não respeitam você, nem o contrato coletivo que assinou, quando há problemas no gerenciamento da empresa que afetam os trabalhadores, sem dúvidas há que tomar medidas”, declarou ontem Raimundo Espinoza, presidente da FTC, que reúne 16 mil trabalhadores.
O sindicato se opõe ao fato da Codelco continuar repassando funções a companhias de terceirização, processo que consideram uma privatização encoberta das atividades da empresa estatal.
Contra essa dinâmica, consideram necessário fazer mudanças substanciais à política de mineração do país, que chamam de renacionalização.
Por sua vez, a Confederação de Trabalhadores do Cobre (CTC) manifestou sua solidariedade à greve anunciada pela FTC, ao considerar necessário avançar a uma grande greve nacional do setor.
Através de seu presidente Cristian Cuevas, a CTC, que reúne mais de 30 mil trabalhadores da estatal e cerca de 10 mil da mineração privada, afirmou que compartilha as revindicações e o chamado a mobilização, ainda que tenha sua própria agenda.
O ministro de Mineração, Hernán de Solminihac, fez um chamado ao diálogo, e recordou que a contribuição do setor mineiro ao orçamento nacional é considerável.
Com esta medida de pressão, a Codelco, que é o maior produtor de cobre do mundo com cerca de 5,6 milhões de toneladas ao ano, coloca em jogo um terço da produção mundial de cobre.
Além da paralisação da empresa estatal, a greve inclui a ‘Minera Escondida’, operada pela anglo/australiana BHP Billiton; ‘Collahuasi e Anglo American Sul’, administrada pela anglo/sul-africana Anglo American; e a chilena ‘Antofagasta Minerals’, entre outras.
Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 09/04/2013