Milionários voltam a apelar a imposto sobre a riqueza

Mais de uma centena de milionários dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Dinamarca, Áustria, Países Baixos e Noruega lançaram uma carta aberta(link is external) dirigida aos participantes na semana de debates online do Fórum de Davos. “A verdade é que ‘Davos’ não merece a confiança do mundo neste momento. Por todas as inúmeras horas passadas a falar em tornar o mundo um lugar melhor, a conferência produziu pouco valor tangível no meio de uma torrente de auto-elogios”.

“Para o dizer de forma simples, restaurar a confiança requer tributar os ricos. O mundo – todos os países que o compõem – deve exigir que os ricos paguem a sua quota-parte justa. Tributem-nos, os ricos, e tributem-nos agora”, apelam estes milionários, para quem o combate às desigualdades “vai exigir mais do que projectos de vaidade bilionários ou gestos filantrópicos pontuais – vai exigir uma revisão completa de um sistema que até agora tem sido deliberadamente concebido para tornar os ricos mais ricos”.

“Enquanto o mundo passou por um imenso sofrimento nos últimos dois anos, nós vimos a nossa riqueza aumentar durante a pandemia – e no entanto poucos, se é que algum de nós, pode dizer honestamente que pagamos a nossa justa quota-parte em impostos”, prossegue a carta aberta, que sublinha a preocupação com a crescente falta de confiança entre o povo e “as elites que são os arquitetos deste sistema” fiscal à escala global que protege os mais ricos.

“A história pinta um quadro bastante sombrio de como é que acabam as sociedades extremamente desiguais”, avisam os milionários, concluindo que não há outra escolha a não ser taxar os ricos para combater as desigualdades e que os bilionários de Davos devem mostrar ao mundo que merecem a sua confiança.

“Se não o fizerem, então todas as conversações privadas não mudarão o que está para vir – são impostos ou forquilhas. Ouçamos a história e escolhamos com sensatez”, concluem.

A carta aberta foi lançada pelos  Patriotic Millionaires (dos EUA e Reino Unido), Tax Me Now, Millionaires for Humanity, Fight Inequality Alliance, Institute for Policy Studies e Oxfam.

Fonte: Esquerda
Data original da publicação: 20/01/2022

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